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Mortes de animais em laboratórios é uma parvoíce "cientifica"

2 de novembro de 2013
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Recentemente, ativistas invadiram o Instituto Royal localizado no estado de São Paulo e resgataram centenas de cachorros da raça Beagle e vários coelhos mantidos em gaiolas do instituto. O protesto foi contra o uso dos animais em testes feitos para empresas farmacêuticas. Embora o Instituto Royal tenha permissão legal para o uso de animais em estudos “científicos”, é evidente que os animais eram também alvo de mutilações.

Para a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) os ativistas desconhecem a “importância” do uso de animais para o desenvolvimento de novos medicamentos e tratamentos para o ser humano e para outras espécies. Mas, segundo a Anvisa, há dois anos houve um acordo de cooperação com o Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (BRACVAM), ligado ao Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS-Fiocruz), para que sejam utilizados métodos alternativos à pesquisa que dispensem o uso de animais.

Será que uma pessoa sensata tem alguma dúvida de que os testes em laboratórios causam sofrimento, ferimentos e transtornos psicológicos aos animais? Não é justo os animais sofrerem com os testes para a obtenção de medicamentos e produtos que supostamente “beneficiarão” o homem. A estupidez atinge o seu grau máximo quando os defensores dessa prática “científica” dizem que os experimentos com animais beneficiam os próprios animais, pois são usados no desenvolvimento de rações, vacinas e medicamentos veterinários.

Desde a antiguidade, pesquisadores valem-se de animais (cobaias) para testes “científicos” e ensaios das mais diversas espécies. O coelho foi uma das primeiras espécies utilizadas em pesquisas e atualmente camundongos e rãs são os preferidos para experiências de laboratório. Será que esses “cientistas” desconhecem que o organismo de um animal não é o mesmo que o nosso? Será que esqueceram o grande fracasso do século XX – A TALIDOMIDA, que foi testada em animais e depois colocada no mercado?
O experimento em animais é um método bestial, e por isso mesmo antiético e completamente destituído de validade científica. Sabemos que aproximadamente um terço dos doentes com problemas renais crônicos destruíram sua função renal tomando analgésicos considerados seguros depois de aplicados em animais. Todos os medicamentos tóxicos retirados do mercado por exigência dos órgãos de saúde foram testados antes em experiências com animais.

Existem importantes movimentos de proteção animal que resistem para findar com a vivissecção (ato de dissecar um animal vivo com o propósito de realizar estudos de natureza anatomo-fisiológica). Os avanços em biotecnologia já permitiram substituir os animais por computadores ou tubos de ensaio. Em diversos campos estão sendo utilizados processos alternativos, como in-vitro, com culturas celulares. As células tronco já são uma alternativa e vão ser decisivas na substituição das cobaias. Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram um programa de computador que pode substituir o sacrifício de animais durante as aulas de fisiologia. O programa pode substituir o uso de animais nas aulas práticas de Fisiologia e Biofísica ministradas nos cursos de Medicina, Ciências Biológicas, Enfermagem e Educação Física.

Apesar de milhões de animais torturados e mortos, a dissecação anatômica não conseguiu obter um resultado frente às epidemias do nosso tempo. Ante a falácia de que os animais são utilizados em benefício da saúde humana, devemos nos lembrar que eles são seres vivos que sentem dor e que sofrem, por isso somos responsáveis por eles. Como é que experiências toxicológicas – durante as quais os animais são envenenados de forma mais ou menos rápida – podem ocorrer sem tortura e dor, sem sofrimento terrível para o animal infligido? São muitas as experiências que representam para o animal um sofrimento atroz, que normalmente culmina com a morte.

A ética na experimentação com animais é uma preocupação muito antiga, fundamentando-se na necessidade de conscientização de que o animal é um ser vivo, que possui hábitos próprios de sua espécie, inclusive o natural instinto de sobrevivência, sendo sensível à dor e à angústia. Ora, o que o Espiritismo explica sobre os animais? Eles têm alma? Progridem? Ou serão sempre animais? Eles sofrem? Os Benfeitores do Além afirmam que os animais não têm alma como nós humanos, mas têm um princípio espiritual que “sobrevive ao corpo físico após a morte” (1), ou seja, a alma dos animais “conserva, após a desencarnação, sua individualidade; porém, não a consciência de si mesma, apenas a vida inteligente permanece em estado latente” (2).

É bem verdade que o instinto domina a maioria dos animais; “mas há os que agem por uma vontade determinada, ou seja, percebemos que há uma certa inteligência animal, ainda que limitada” (3). Rememoremos que os bichos “não são simples máquinas, embora sua liberdade de ação seja limitada pelas suas necessidades, e, logicamente, não pode ser comparada ao livre-arbítrio humano. Os animais, sendo inferiores ao homem, não têm os mesmos deveres, mas eles têm liberdade sim, “ainda que restrita aos atos da vida material” (4).

Os animais pensam, mas não raciocinam; os animais têm memória, e recorrem a ela; aprendem com o acerto e com o erro, e não com o raciocínio. Evidentemente, não conseguem teorizar, abstrair, prever eventos, solucionar problemas, mas são, de fato, mais inteligentes do que imaginamos. Estão em processo de evolução e, nesse sentido, devemos considerar que possuem, diante do tempo, um porvir de fecundas realizações, e através de numerosas experiências chegarão um dia ao chamado reino hominal, como, por nossa vez, alcançaremos, no escoar dos milênios, a situação de espíritos puros.

Referências bibliográficas:

(1) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, perg 597-a
(2) idem perg. 598
(3) idem perg. 592
(4) idem perg. 595

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