Como vários de seus companheiros caídos na batalha contra os humanos sem sentimentos, que os abateram à base de torturas médicas, o chimpanzé George poderia ter vivido muitos anos mais e desfrutado da vida num santuário, junto com sua família e amigos. No entanto, morreu prematuramente, seu coração debilitado pelas dezenas de substâncias misteriosas inoculadas em seu sistema sanguineo, para medir sua reação, às dezenas de biópsias realizadas e centenas de remédios ingeridos o levaram cedo deste mundo.
Como é possível alguém fazer mal a um ser assim? Não se sabe exatamente quando ele nasceu. Vários “Georges” deram entrada na Base Aérea de Holloman, nos Estados Unidos, entre 1963 e 1973, um deles era ele. Para os militares norte-americanos pouco importava a história e o nome, era um primata a mais para ser usado em experiências. Após alguns anos, foi despachado como um objeto a um laboratório médico, e daí a outros, até chegar na Fundação Coulston, onde foi usado como reprodutor na década de 80. Teve oito filhos, quatro deles com Kitty, chimpanzé que atualmente mora no Santuário Cleveland Amory Black Beauty Ranch, no Texas, nos Estados Unidos.
Em 2002, George e a primatóloga Dra. Carole Noon se encontraram e ela o trouxe para o seu santuário na Flórida, oferecendo-lhe alguns anos de vida digna e decente, coisa que ele nunca teve, já que só havia conhecido seres humanos sem escrúpulos, que o torturaram até leva-lo à beira da morte.
Aqueles que conheceram George o apreciaram por sua personalidade e qualidades pessoais. Muitos choraram, no dia 2 de outubro passado, quando George morreu de um ataque cardíaco, no Santuário Save the Chimps, rodeado de sua família e amigos, enquanto curtia o sol floridano em sua amada ilha, onde morou desde 2007.
George era um chimpanzé gentil, amoroso, que não tinha ódio em sua alma, e desfrutava da amizade de seus iguais e dos tratadores humanos, a quem recebia sempre com um sorriso.
O exemplo de George, como de tantos outros, sacrificados no auge da cobiça e do egoísmo humano, servirá de exemplo para que isto pare de acontecer.
Fonte: Projeto GAP