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Ministério da Saúde estuda emprego de coleira contra leishmaniose

5 de março de 2011
2 min. de leitura
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Izolina Ribeiro
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Neste semestre, o Ministério da Saúde dará início a estudo, em vinte municípios, com duração de trinta meses, sobre a efetividade da utilização em massa da coleira impregnada com princípio ativo repelente e inseticida contra a leishmaniose, o que indica a adoção da política sugerida pela UIPA, em representação oferecida ao Ministério Público Federal, em maio de 2010, que solicitou providências contra a matança de cães, como pretensa medida de controle da leishmaniose, denunciando a ausência de uma política pública eficaz contra o avanço da doença.

Apresentando inúmeros argumentos e estudos, em um arrazoado de 63 laudas, cuja pesquisa de dados e estudos apresentados teve a colaboração da jornalista Regina Macedo, a entidade contestou a tese defendida pelo Ministério da Saúde, que insistia em recomendar a morte de dezenas de milhares de cães, há décadas, sem respaldo científico algum, contra todas as evidências de que a eliminação de cães soropositivos em nada repercute na incidência da doença, que mantém-se elevada e em expansão pelo país, a despeito de toda a matança promovida.

Após o acolhimento da representação, a UIPA enviou ao Ministério Público Federal inúmeros estudos realizados em outros países sobre a eficácia do encoleiramento, utilização em massa da coleira Scalibor, impregnada com deltametrina a 4%, que é o princípio ativo repelente e inseticida, recomendado pela Organização Mundial da Saúde contra a leishmaniose.

A presidente da UIPA, com o apoio e acompanhamento do deputado federal Ricardo Trípoli, foi a Brasília, solicitar ao Ministério da Saúde a inclusão do encoleiramento em massa no programa de controle da leishmaniose visceral, até então baseada na eliminação da vida de milhares de cães.

O encoleiramento em grande escala produz o denominado efeito rebanho, que é a extensão de efeito protetor também aos não encoleirados, reduzindo-se a força de infecção pela barreira imposta pela coleira.

Tendo em vista que o poder de infectar os insetos pode persistir no animal tratado, o encoleiramento permitirá pleitear a liberação do tratamento terapêutico (a coleira evita a aproximação dos insetos; sem ser picado, o cão não transmite a infecção).

O encoleiramento em massa ainda reduz a pulverização de inseticidas, prejudiciais ao meio ambiente, além de representar gastos bem menores do que os despendidos com a censurável eliminação da vida de animais.

Vanice T. Orlandi
Presidente
UIPA

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