Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
Existem apenas 600 mil renas na natureza, em comparação com 1,5 milhão em 2000, devido à diminuição do habitat e às mudanças climáticas. Em agosto de 2016, 318 membros da espécie morreram após serem atingidos por um relâmpago em uma única tempestade.
Para agravar esse cenário, o governo da Noruega decidiu matar um rebanho inteiro de aproximadamente 2200 renas sob a justificativa de interromper a propagação uma doença fatal altamente infecciosa.
Desde março, funcionários noruegueses têm observado os casos de doença emaciante crônica (CWD). A doença, que faz com que os cérebros dos animais da família de cervos, incluindo alces e renas, definhem lentamente até a morte. A enfermidade se espalha por produtos químicos chamados priões, embora os cientistas não saibam exatamente como.
Os priões são proteínas deformadas que podem fazer com que outras proteínas – como as vitais, no cérebro – mudem de forma também. Eles são encontrados nos detritos, saliva e matéria cerebral infectada de animais doentes e podem permanecer no ambiente durante anos. Às vezes, os priões causadores de CWD podem formar cérebros de animais mais velhos, mas nesses casos os priões não são contagiosos, segundo informações do Quartz.
Testes de laboratório nos cérebros ou nas excreções dos animais são capazes de confirmar a presença destes priões. No entanto, é fácil deixá-los passar despercebidos na maioria dos casos porque é uma doença degenerativa que mata os animais ao longo do tempo. Seus sintomas incluem problemas de saúde geral, como perder muito peso ou babar excessivamente, o que poderia acontecer por uma série de razões.
Segundo a Science, em 2016 funcionários encontraram priões de CWD no cérebro de dois alces e três renas. Os alces provavelmente desenvolveram a doença devido ao envelhecimento, caso em que os priões só seriam encontrados no cérebro e não poderia se espalhar para outros animais. No entanto, as renas viviam no mesmo rebanho em Nordfjella, uma região rochosa, localizada no meio do país.
A descoberta de três casos de CWD em renas mortas provavelmente significa que outros animais do rebanho já estão doentes. Porém, mesmo que não exista ameaça à saúde humana, as autoridades norueguesas alegam preocupação porque a “doença pode se espalhar para outras espécies e até mesmo por todo o mundo por meio do transporte de animais que não foram diagnosticados”.
Agora os guardas florestais do país patrulham as fronteiras do habitat das renas para colocá-las em quarentena até que todos sejam covardemente baleadas por caçadores amadores. As renas não poderão viver na área até 2022 para “assegurar que os restos de resíduos com priões das renas atuais desapareçam”, segundo os oficiais.