A forma mais utilizada na Geografia para classificar o clima em diferentes partes do mundo, a classificação climática de Köppen-Geiger, não valerá mais em 2100, aponta estudo publicado na revista Earth’s Future. Criada no século XIX, tal classificação teria que ser revisada no final deste século, pois cerca de 40% do planeta teria migrado de categoria por conta das mudanças climáticas.
A Classificação Climática de Köppen divide a Terra em cinco grandes grupos climáticos, cada um com uma série de subdivisões. Eles são: tropical, seco, temperado, continental e polar. O cientista russo Wladimir Köppen divulgou a primeira versão do sistema em 1884, tendo passado boa parte de sua vida o aperfeiçoando. Em 1936, com a ajuda do alemão Rudolf Geiger, a versão final foi publicada. Posteriormente, a classificação foi levemente alterada por outros geógrafos, até a versão usada nos dias de hoje, que data de 1980.
O sistema considera indicadores como as máximas, mínimas e médias de temperatura do ar e os índices de chuva em cada mês do ano. O problema é que, de acordo com as simulações do estudo, esses fatores terão mudado tanto até 2100 que o planeta teria de passar por uma nova classificação. “Até o final do século, de 38% a 40% da área terrestre global está projetada para estar em uma diferente zona climática,” escrevem os cientistas.
Certos modelos climáticos, porém, apontam que essa área pode ser ainda maior, chegando a 50% do planeta migrando para condições climáticas fora do seu habitual. Estas mudanças teriam implicações para todas as formas de vida destes locais, o que sugere que espécies vulneráveis — ou mesmo a agricultura praticada nestas áreas — estariam em risco.
De acordo com os cálculos, as áreas tropicais devem crescer de 23% para 25% da cobertura terrestre, enquanto as regiões áridas subiriam de 31 para 34%. A redução, por outro lado, se daria nas regiões de clima frio, como o de certas partes da Europa e América do Norte, mas principalmente nas zonas polares.
Além das mudanças, o estudo aponta que mesmo regiões que continuarão com a mesma classificação devem sofrer consequências das mudanças climáticas no futuro. Para estas áreas, o estudo aponta que o impacto virá na forma de eventos extremos, como secas ou tempestades.
Fonte: Terra