EnglishEspañolPortuguês

Mercado para animais deve crescer 15% nos próximos cinco anos

4 de maio de 2015
4 min. de leitura
A-
A+

Após inaugurar lojas em Salvador e Fortaleza, Maurício Nogueira mira outras capitais (Foto: Evandro Veiga/Correio)
(Foto: Evandro Veiga/Correio)

A região Nordeste é a terceira do país em população de gatos, e Salvador é a primeira em felinos entre as capitais nordestinas. Nos últimos dois anos, o mercado de animais cresceu 13% no Nordeste.
O crescimento do mercado para animais domésticos não é uma exclusividade soteropolitana e não está voltado apenas para gatos ou cães. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Radar Pet), o Brasil é o segundo mercado animal do mundo, com 8% do comércio mundial, perdendo apenas para os Estados Unidos, que detêm 30% desse mercado.
Apesar da crise econômica e da recessão de 2015, a estimativa é que o mercado movimente valores superiores aos R$ 15 bilhões este ano, abrangendo 0,4% do PIB nacional.
Nesse mesmo período de dois anos, houve o crescimento de 16% na população canina e 25% na população felina. Com um mercado tão promissor, há pouco mais de cinco anos, duas veterinárias apaixonadas pelo universo dos gatos domésticos descobriram que apostar em serviços exclusivos para essa clientela poderia ser um bom negócio. Foi de olho nesse mercado que, em 2010, surgia a Felina, a primeira clínica do Nordeste voltada, exclusivamente, para o atendimento de felinos.
Hoje, as sócias e veterinárias Ilka Gonçalves e Mariana Sampaio perceberam que fizeram um bom investimento e pretendem ampliar, entre os meses de julho e agosto, o espaço com clínica 24 horas e leitos voltados para internação e isolamento, além de uma unidade de terapia intensiva apenas para os peludos.
Melhor amigo
Para o médico veterinário e empresário dono da megastore Eu Amo Animais, Maurício Nogueira, uma série de fatores justifica o crescimento do mercado animal no Brasil, Nordeste, Bahia e em Salvador. O primeiro deles diz respeito à verticalização das cidades, seguido da mudança de comportamento das pessoas, que se tornaram mais introspectivas e com contatos sociais limitados. “Aliado a tudo isso, a constituição familiar mudou, possibilitando construções multiespécies”, completa o veterinário.
A Eu Amo Animais, por exemplo, embora criação de um baiano, teve sua primeira loja inaugurada em Fortaleza em virtude de um mercado carente desse investimento. A segunda loja, inaugurada há menos de um mês, está em Vilas do Atlântico e os planos seguem. “As nossas próximas lojas deverão ser implantadas em Recife e Natal”, conta Nogueira, pontuando que os planos empresariais incluem uma megastore em cada capital do Nordeste brasileiro.
Assim como as donas da Felina, Maurício entendeu que o mercado animal ia muito além de uma clínica com abordagem generalizada e um ponto de banho e tosa. Ele conta que, assim como a maioria dos empresários, também começou assim, mas como tinha investimentos numa empresa de importação e exportação, uniu e incrementou o negócio com as novidades do exterior. O veterinário então ampliou a loja e foi buscar parceiros que pudessem oferecer serviços diferenciados conjuntamente, e fez surgir a megastore.
Na loja de Salvador, a assistência veterinária 24 horas é prestada em parceria com o maior hospital particular local, o Semeve. O centro estético e a formação de groomers (profissionais especializados em tosas) são dirigidos por Luiz Carlos Bispo, do Centro de Treinamento LCB Estética Pet. A megastore também oferece espaço para a socialização de filhotes que não podem sair por causa do período de vacinação e espaço para adestramento e palestras.
Na verdade, a proposta de implantação de centros cada vez mais completos foi pontuado na pesquisa Radar Pet como uma preferência de consumidores, que desejam a praticidade de encontrar assistência veterinária, ração, farmácia, acessórios, estética e até mesmo adestramento num mesmo lugar.
Incrementos
A expectativa é que haja um incremento de 15% nos negócios no período entre cinco e dez anos. “Nos últimos dois anos houve um crescimento de consumidores finais no mercado de pets em torno de 13% e isso tem sido muito interessante para nós”, comenta o empresário que prefere não revelar os investimento da Eu Amo Animais, mas salienta que é um mercado em expansão e que ainda carece de serviços e produtos com maior qualidade.
Com uma postura parecida, Ilka Gonçalves – que também faz palestras sobre empreendedorismo na área – ressalta que apenas 10% do faturamento do mercado animal (que equivale a R$ 15 milhões) equivale aos cuidados veterinários, 70% são destinados à alimentação e 20% estão destinados à higiene e ao embelezamento.
“Percebemos que esse é um mercado que ainda tem muito o que crescer e, mesmo saúde não representando uma fatia muito significativa, fica evidente que esse investimento vale a pena. Prova disso é a especialização maior dos profissionais, a exemplo de oncologistas, neurologistas, ortopedistas e oftalmologistas”, esclarece a veterinária.
Fonte: Correio

Você viu?

Ir para o topo