Os marsupiais carnívoros são agora um grupo de animais raros, mas o nosso planeta teve exemplares extraordinários pertencentes a este grupo. Hoje, o maior carnívoro marsupial existente é o diabo-da-tasmânia, que está à beira da extinção.
Um estudo revelou que os marsupiais carnívoros eram criaturas tão variadas como os seus primos, os carnívoros placentários.
Uma equipe internacional examinou crânios de 130 carnívoros (marsupiais e placentários) vivos e extintos, dos últimos 40 milhões de anos. Anjali Goswami e os seus colegas usaram uma técnica conhecida como geometric morphometrics para mapear os objetos. Sua análise mostrou que a variação na forma dos crânios dos carnívoros marsupiais é maior do que a observada nos carnívoros placentários, como leões e tigres.
O fato de os jovens marsupiais nascerem num estágio muito precoce origina a ideia errada de que estes animais apresentam uma capacidade limitada de adaptação a novos habitats e ambientes.
“Como os marsupiais têm que rastejar muito cedo, esta técnica está bem desenvolvida desde a nascença. A necessidade (dos membros anteriores) torna difícil o desenvolvimento de uma asa ou uma barbatana.” Apesar de os marsupiais apresentarem pouca variedade nos membros anteriores, o mesmo não acontece com a face e a dentição destes animais. “Os marsupiais mudaram muito mais a sua face e a sua dentição relativamente aos outros mamíferos de forma a poderem alimentar-se de carne.”
“Na América do Sul existia um marsupial dentes-de-sabre que tinha caninos tão grandes que as suas raízes chegavam aos olhos. Não há nada parecido nos mamíferos placentários. É muito extremo.”
A razão para a extinção dos marsupiais carnívoros pode ser mais complexa do que se pensava. O grupo de investigação cita duas possíveis causas: a competição com os mamíferos placentários durante a fusão da América do Norte com a América do Sul, há 3 milhões de anos e a caça pelos humanos, numa época mais recente.
“Os nossos resultados reforçam a ideia de que a falta de predadores marsupiais no mundo de hoje está relacionada com má sorte e não com maus genes.” Este estudo foi publicado na revista Proceedings of the Royal Society B.
Fonte: Naturlink