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CATIVEIRO

Mais duas belugas são encontradas mortas no aquário Marineland no Canadá

Já são 17 mortes apenas dessa espécie de baleia acumuladas pelo parque, sem contar outros mamíferos marinhos

27 de março de 2024
Júlia Zanluchi
3 min. de leitura
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Foto: Chris Young THE CANADIAN PRESS/Chris Young

Mais duas belugas morreram no Marineland, zoo e aquário no Canadá, elevando o número total de mortes de baleias para 17 desde 2019. Os Serviços de Bem-Estar Animal de Ontário têm investigado a atração turística localizada nas Cataratas do Niágara desde 2020. A província não informou como as baleias morreram.

“O ministério foi informado de que duas baleias belugas no Marineland faleceram este mês,” disse Brent Ross, porta-voz do Ministério do Procurador-Geral, o órgão governamental responsável pelo bem-estar animal.

Em comunicado, o Marineland disse: “necropsias independentes confirmam que as duas belugas morreram de torção após valentes esforços médicos para ajudá-las.”

“Todas as baleias estão sob constante supervisão e acompanhamento semanal pelo regulador do governo e são cuidadas diariamente por veterinários internos e inúmeros consultores externos,” diz o comunicado. “A realidade é que todos os animais eventualmente morrem por uma causa ou outra, seja na natureza ou em cativeiro.”

Dezesseis belugas e uma orca morreram no aquário desde 2019, conforme apurado pela Canadian Press por meio de pedidos de informação e outras fontes. Um golfinho-nariz-de-garrafa, uma foca-do-porto, uma foca-cinzenta e dois leões-marinhos-da-Califórnia também morreram durante esse período, afirmou a província.

Três outras belugas do Marineland morreram no Mystic Aquarium em Connecticut, nos Estados Unidos. A morte mais recente ocorreu em dezembro. O Marineland vendeu cinco belugas para a instalação nos EUA e elas foram transferidas em maio de 2021. Mystic disse que as duas mortes anteriores foram devido a condições pré-existentes que tinham vindo do Marineland.

O governo dos Estados Unidos lançou uma investigação após as duas primeiras mortes de belugas e a investigação está em curso. O governo federal canadense já disse anteriormente que não está investigando a transferência.

Na mesma semana em que as baleias foram transferidas, os Serviços de Bem-Estar Animal de Ontário declararam que todos os mamíferos marinhos no Marineland estavam em sofrimento devido à má qualidade da água. Em documentos judiciais, o estabelecimento negou que seus animais estivessem em sofrimento e negou que a água tivesse desempenhado um papel em qualquer morte de baleia.

Havia 37 belugas no Marineland no verão passado. Doze das mortes ocorreram dentro de um período de dois anos. Documentos obtidos por meio das leis de liberdade de informação mostram que uma beluga chamada Ikora morreu em 24 de outubro de 2019, seguida por outras 10 e uma chamada Bull morrendo em 23 de novembro de 2021.

A investigação da província sobre o Marineland, que já dura quatro anos, permanece envolta em mistério, com autoridades se recusando a divulgar detalhes de sua investigação, o que estão fazendo no parque e como os animais morreram.

O Procurador-Geral Michael Kerzner disse que os Serviços de Bem-Estar Animal da província inspecionaram o Marineland mais de 200 vezes desde 2020. “Estou chateado ao ouvir algo assim”, disse ele. “Nosso trabalho como governo é garantir que nossas leis sejam cumpridas. E temos uma das leis mais fortes em qualquer lugar do país.”

Phil Demers, um ex-treinador do Marineland que se tornou um crítico contundente do parque, exigiu responsabilidade e transparência. “O Marineland continua tentando esconder a gravidade da situação que seus animais estão enfrentando, mas baleias mortas são difíceis de esconder,” disse Demers, que também é um dos fundadores da ONG UrgentSeas. “Quando haverá responsabilidade? Onde está o governo?”

O Marineland foi recentemente considerado culpado sob as leis de crueldade animal da província por seu cuidado de três ursos-negros jovens. O parque manteve três ursos em espaços apertados com pouco acesso à água e sem estruturas de escalada. A sentença está marcada para agosto.

Nota da Redação: o aprisionamento de animais inocentes em zoos e aquários para entretenimento humano é cruel, covarde e isento de qualquer traço de consciência. Negar a liberdade a esses animais confinados em espaços limitados e inadequados compromete o bem-estar emocional e físico de todos eles. Uma afronta ao princípio fundamental de que os animais têm o direito intrínseco de viverem livres em seus habitats naturais. É fundamental que essas instituições sejam abolidas para contribuir na construção de um mundo mais ético e sustentável.

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