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SOFRIMENTO

Mais de 20 milhões de animais morrem em incêndios na Itália

De acordo com o assessor para o Território e Ambiente da Sicília, Toto Cordaro, “existe um plano criminoso nos incêndios”

12 de agosto de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Stringer/Vigili del Fuoco/AFP

Mais de 20 milhões de animais silvestres morreram nos últimos dois meses em decorrência dos incêndios que atingiram a Itália. Grécia, Turquia e Argélia também sofrem com as queimadas.

Dados da Associação Legambiente mostram que o fogo matou ouriços, veados, esquilos, tartarugas, lagartos, entre outras espécies de mamíferos, pássaros e répteis. Sem rota de fuga, esses animais morrem carbonizados ou asfixiados pela fumaça.

A estimativa da entidade tem como base os hectares de terra que foram destruídos pelo fogo. No Hermisfério Norte, aproximadamente 100 mil hectares queimaram nos primeiros dois meses do verão. As regiões meridionais da Itália são as que mais sofrem com o fogo, que se concreta em 55% delas, incluindo a Campânia, a Apúlia, a Calábria, a Sardenha e a Sicília.

Por conta dos danos ambientais incalculáveis e irreparáveis, e pelo número de pessoas e animais mortos, os incêndios criminosos são punidos na Itália com pena de 7 a 10 anos de prisão. No entanto, embora a lei seja severa, raramente ela é aplicada devido à dificuldade em identificar os criminosos.

Na Itália, ateia-se fogo nas florestas para intimidar a polícia, desmatar para construir no local e até mesmo como forma de garantir um pagamento extra, no caso dos trabalhadores florestais que recebem baixos salários e acabam cometendo o crime que deveriam combater.

Em entrevista ao jornal italiano La Repubblica, assessor para o Território e Ambiente da Sicília, Toto Cordaro, afirmou que “existe um plano criminoso nos incêndios”.

E em meio a tamanha destruição, o fato de que aproximadamente 400 bombeiros florestais estão de férias desde o dia 10 de agosto torna a situação ainda mais desafiadora, especialmente por conta da crise climática, que beneficia as queimadas.

O tempo seco e o recorde de calor, com termômetros marcando 48,8°C na ilha da Sicília na quarta-feira (11), favorece a ocorrência de incêndios e ajuda o fogo a se dissipar mais rapidamente.

 

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