A Aliança Global para Combustíveis Renováveis (GRFA, na sigla em inglês), entidade que reúne produtores de combustível renovável de todo o mundo, divulgou uma lista com as dez regiões mais arriscadas para explorações petrolíferas. Entre os campos listados, está o de Tupi, no pré-sal brasileiro.
Em seu site, a GRFA faz previsões obscuras para a nova empreitada. “Gigantes do petróleo no Brasil querem explorar a região, mas cientistas e geólogos dizem que eles não sabem onde estão se metendo”, afirma.
Veja a seguir a lista completa da entidade com os dez campos de petróleo mais perigosos do mundo:
1 – Estados Unidos, Golfo do México
O vazamento da BP entrará para lista dos piores desastres petrolíferos dos Estados Unidos, com danos ambientais incalculáveis. Estima-se que, diariamente, pelo menos 60 mil barris de petróleo foram jorrados no mar durante mais de quatro meses. A maré negra criou áreas mortas, que devastaram a vida marinha de estados americanos.
2 – Austrália, Margaret River
A exploração de petróleo na região, que fica a 85 km da cidade de Margaret River, costa oeste australiana, foi aprovada este ano. Um acidente no local, considerado santuário potencial silvestre, constituiria um cataclisma ambiental – cerca de 90% da vida marinha australiana se concentra ali.
3 – Refúgio Nacional de Vida Silvestre do Ártico
As explorações acontecem na planície costeira da maior reserva silvestre americana, em uma região conhecida como “1002”. Encontram-se aí mais de 80 espécies de aves e 30 de mamíferos, incluindo ursos-polares em risco de extinção. Segundo a GRFA, faltam planos e equipamentos adequados para responder a uma ruptura, como a do Golfo, no Oceano Ártico.
4 – Canadá, Terra Nova e Labrador
Localizado a 430 quilômetros da província de Sr. John’s, a petroleira Chevron perfura o mais profundo poço de petróleo em águas canadenses. A exploração a mais de 2.500 quilômetros de profundidade começou em maio deste ano e é mundialmente considerada uma prática de riscos.
5 – Austrália, Mar do Timor
A costa norte da Austrália Ocidental é considerada uma autoestrada “marinha” para golfinhos, baleias e tartarugas ameaçadas de extinção, e já foi cenário de um dos piores desastres petrolíferos do país. Em agosto de 2009, uma ruptura na plataforma Montara vazou petróleo por mais de três meses. O acidente afetou a fauna e a flora das ilhas indonésias do Timor.
6 – Mar do Norte, costa oeste das ilhas Shetland
Águas profundas e condições climáticas extremas demandam condições técnicas especiais, que poucas empresas dominam. Um vazamento iria infligir danos consideráveis em mamíferos, aves marinhas e em todo o ecossistema marinho. No começo do ano, o governo britânico concordou em oferecer milhões de libras de benefícios fiscais para as empresas petrolíferas que exploram águas ultraprofundas ao largo da costa oeste das Ilhas Shetland.
7 – Nigéria, Delta do Níger
De 1969 pra cá, as explorações de petróleo no Delta do Níger têm derramado tanto petróleo quanto o acidente do Exxon Valdez em 1989, nos EUA. Os acidentes recorrentes dizimam as populações de peixes, prejudicam terras agrícolas e destroem os recursos naturais para sobrevivência de 60% da população.
8 – Rússia, Mar de Okhotsk
O mar de Okhotsk é explorado pelo petróleo e pelo gás, mas a agitação de suas águas dificulta as perfurações. Localizado ao norte do oceano Pacífico, o mar está sujeito a ventos fortes, intensas nevadas, icebergs e pouca visibilidade. Suas ondas variam entre um e três metros, mas podem chegar a 19 metros durante tempestades.
9 – Brasil, Bacia de Santos
Na costa sul do Rio de Janeiro, o campo Tupi está localizado abaixo de uma camada de sal que, em alguns pontos, tem até sete mil metros de espessura. As extrações do pré-sal devem atingir profundidades bem acima da média de outras perfurações em curso no Brasil, que ficam em torno dos cinco mil metros.
10 – Estados Unidos (Alasca), Chukchi e Beaufort Seas
Se algum acidente ocorrer na região, planos e ações de controle chegariam tardiamente. A área tem localização remota, sujeita a intensas nevascas e baixa visibilidades. Cientistas ainda estudam formas de controlar a propagação de petróleo em águas geladas.
Fonte: Portal Exame