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Lei que proíbe animais em circos na Colômbia é um grande avanço

20 de junho de 2013
3 min. de leitura
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Por Paula Rosana (da Redação)

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Aplaudível foi a decisão tomada pelo Congresso da República Colombiano de aprovar uma lei que proíbe os circos fixos e itinerantes que realizem espetáculos no país de apresentar animais selvagens, exóticos ou silvestres dentro de suas atrações ou números circenses. Assim começa um editorial publicado recentemente do El Heraldo, jornal colombiano que comemorou o grande avanço legislativo. Você lê a seguir a tradução completa deste texto emocionante sobre um momento histórico do país.

Foi concedido o prazo de dois anos aos circos para que retirem de seus espetáculos elefantes, leões, macacos e aves, permitindo-lhes somente o uso de animais domésticos como cachorros, cavalos e pôneis. Terminado esse prazo nenhuma autoridade poderá emitir “licença” aos espetáculos circenses, inclusive os internacionais, que utilizem as espécies proibidas.

Essa medida tem muitos aspectos positivos que ressaltar, pois ao mesmo tempo que estimula valores éticos em defesa da integridade dos animais, obriga àqueles que formam parte desses negócios a adequar seus espetáculos sem animais e a simultaneamente se renovar e se converter em circos modernos que só exaltam o talento e as destrezas humanas, tal qual fazem os conhecidos Cirque du Soleil, El Circo de Oz ou o Circo Imperial Chinês.

Embora os animais domésticos tenham sido excluídos desta proibição, é estimado que a lei é um golpe certeiro contra circos multinacionais que baseiam seus espetáculos na exploração de feras e animais silvestres e exóticos já que de igual modo deverão entregar os animais que tenham às autoridades ambientais do lugar onde se encontrem ou adiantar autorizações para tirá-los do país.

O sucesso desta medida desde que começou a ser analisada no Congresso em 2011, se deve ao esforço de organizações de defesa dos animais como  “Yo quiero um circo sin animales”, “Animal Defenders” e “Anima Naturalis” que igualmente tem promovido iniciativas semelhantes em vários países da Europa e América.

Para os ativistas do meio ambiente, essa conquista sem dúvida incidirá na existência de um mundo não violento na medida em que liberta da escravidão e dos maus-tratos centenas de animais nos 20 a 25 circos que funcionam no país. Eles consideram essa atividade como uma das formas mais cruéis de tortura sendo doloroso ver tigres e leões enjaulados, vivendo a base de castigos, como se estivessem pagando alguma pena.

Para muitos os circos com animais são “espetáculos de entretenimento” que não são divertidos para os animais que passam acorrentados ou aprisionados em diminutas jaulas, das quais são libertos apenas durante os treinos ou nos escassos minutos que duram sua “apresentação”. Além disso, esses animais devem suportar longas horas de viagem em terríveis condições de confinamento, sentindo frio, calor, sem luz nem ventilação, violando os direitos aprovados pela ONU na UNESCO separados de seus pares, enjaulados e amarrados submetidos a privações e frustrações em seus instintos; tudo isso pode desencadear condutas inesperadamente agressivas, transformando-os em um perigo potencial para o público, treinadores e trabalhadores do circo.

Além disso, se critica que alguns adestramentos se baseiam em castigos com chicotes, coleiras apertadas, mordaças, vara elétrica ou ganchos pontudos, obrigando-os a realizar repetidamente atos fisicamente incômodos ou condutas antinaturais. Da mesma forma tem sido questionado o caráter pedagógico de seus números pois suas “atuações” superficiais, dolorosas e indignantes não ensinam nada ao público sobre seu comportamento na natureza, ao passo que essas apresentações os ridicularizam e os humilham transmitindo especialmente às crianças que esses animais são inferiores, estúpidos e meros objetos de diversão humana.

Tomara que o fato desta lei ter sido aprovada, leve o Congresso colombiano a tomar outras iniciativas parecidas, como o projeto de lei que protege os animais domésticos de maus-tratos e a rediscussão sobre as touradas.

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