A história de uma tamanduá-mirim, que recebeu o nome de Luíza, apesar de triste, é algo típico na realidade brasileira. Com intenção de vender o filhote, dois meninos mataram a mãe dos bebês, que ainda estavam com o cordão umbilical.
Depois de ser resgatada, o caminho do filhote cruzou com o de Roched Seba, 35, diretor e idealizador do Instituto Vida Livre, organização não-governamental que tem como objetivo a reabilitação e soltura de animais silvestres em situação de risco no Rio de Janeiro.
A vida de Seba foi cuidar da pequena Luíza durante um tempo, fazendo com que ela se adaptasse ao alimento que teria acesso na natureza. A filhote viveu feliz e saudável durante dois anos, mas infelizmente faleceu em virtude de uma encefalopatia hepática. Mesmo com todos os esforços da equipe, e da dolorosa perda, o trabalho Instituto ainda iria continuar.
Essa história, se repete com diversas espécies que são vítimas do tráfico e também sofrem com o avanço dos grandes centros urbanos. No Brasil, o tráfico animal movimenta cerca de 38 milhões de animais silvestres. No mundo, é a terceira maior atividade ilícita
ONG Instituto Vida Livre
O Instituto Vida Livre foi criado em 2015 e atua junto com o Ibama, realizando resgates voluntários, nos quais as atividades são feitas a partir do ASAS (Áreas de Soltura de Animais Silvestres), que é responsável pelo manejo, acompanhamento veterinário e monitoramento pós-soltura.
Isso garante que a forma da reabilitação e retorno seguro à natureza e à localização desses espaços não são revelados para evitar a presença de caçadores, no entanto concentram-se principalmente na Região Serrana, Região dos Lagos e na própria cidade do Rio de Janeiro.
Apoio de Ney Matogrosso e de outros famosos
Seba é comunicólogo e mestre em engenharia de produção, além de ser apaixonado por animais. Ele relembra que o instituto começou com recursos próprios, e ao longo do tempo foi contando com a colaboração de empresas que hoje são fundamentais para a continuidade do trabalho (gratuito em todo o processo de atendimento dos animais).
Além de contar com o apoio de artistas que abraçaram o projeto, como o cantor Ney Matogrosso, a apresentadora Xuxa, o ator Bruno Gagliasso e outros famosos. A identificação com o tema surgiu na prática ainda na época acadêmica:
“Sempre estudei o que hoje eu trabalho, o instituto nasceu no meu mestrado, no qual minha pesquisa era ‘Os Serviços de Gestão de Fauna no Contexto Urbano’. Em Comunicação, minha monografia foi sobre a percepção das pessoas sobre a causa animal”, revela.
Nos seis anos de existência, mais de nove mil aves, répteis e mamíferos da fauna brasileira passaram pelo Vida Livre. Incluindo jaguatiricas, gambás, jiboias, tucanos, corujas, urubus e várias outras espécies que tiveram uma nova chance.
Hoje em dia encontram-se aos cuidados do Instituto um grupo grande de passeriformes, psitacídeos (araras, jandaias, etc), quatro corujinhas-do-mato e dois gambás, todos aguardando o momento ideal para retornarem à natureza.
Está nos planos de Seba a criação e gestão de mais áreas de soltura, também a ampliação de vínculos com universidades e centros de pesquisa, além da primeira sede da ONG. A finalidade será sempre a mesma: vidas livres – informações do portal UOL.
Como denunciar?
Como denunciar infrações ambientais: Ibama: 0800 61 8080 (ligação gratuita)
E-mail: [email protected]
Compra, venda e até mesmo transporte ilegal de animais silvestres:
Denuncie à Rede Nacional Contra o Tráfico de Animais Silvestres: 61 3550-7227 ou email: [email protected].