Uma nova pesquisa revelou que o aumento da deriva do gelo para o Oeste nos mares de Beaufort e Chukchi perto do Alasca (EUA) faz com que os ursos polares gastem mais energia para ir em direção ao Leste, o que os pesquisadores denominam de “esteira” de gelo marinho de movimentação mais rápida. Isso não envolve apenas a viagem, mas também a superfície em que os animais caminham.
O estudo, liderado pelo US Geological Survey (USGS) e pela Universidade do Wyoming, é a primeira avaliação dos efeitos da mudança da velocidade de gelos à deriva sobre os ursos polares, informou a Mother Nature Network.
“O aumento das velocidades de deriva do gelo marinho provavelmente agravará o estresse fisiológico devido a uma menor oportunidade de procura por alimentos já experimentada por muitos ursos polares no Ártico do aquecimento”, declarou George Durner, pesquisador de ecologia da USGS e autor principal do estudo, em um comunicado.
Os pesquisadores estudaram dados de coleiras de rastreamento por rádio usadas por ursos polares adultos nos mares de Beaufort e Chukchi, juntamente com informações de gelo marinho à deriva do National Snow and Ice Data Center.
Os dados eram de mais de 77 mil locais habitados por ursos somados às medidas de gelo à deriva dessas áreas. A informação foi coletada de 1987 a 1898 e de 1999 a 2013.
No estudo, que foi publicado na revista Global Change Biology, foi estimado que um urso polar deve ingerir de uma a três focas extras anualmente para compensar a energia adicional usada por viver no gelo à deriva. A energia extra anda de mãos dadas com o derretimento inicial do gelo na primavera e com o derretimento maior no verão, o que dificulta a predação dos animais.