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INCÊNDIO FLORESTAL

Incêndios no Chile ameaçam Reserva Mundial da Biosfera

Fogo já consumiu grandes porções da Reserva Nacional Lago Pañuelas, área protegida reconhecida pela Unesco. Monoculturas ajudaram a espalhar chamas

6 de fevereiro de 2024
Cristiane Prizibisczki
2 min. de leitura
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Restos de casas queimadas são vistos após a propagação de incêndios florestais em Vina del Mar, Chile, 5 de fevereiro de 2024. Crédito: Reuters/Folhapress

Os incêndios que atingem a região de Valparaíso, no centro do Chile, desde a última semana, têm deixado rastros de destruição não só em áreas com ocupações humanas – com a consequente morte de 122 pessoas, segundo números divulgados na noite de domingo pelo governo chileno.

Dos 11 mil hectares já consumidos pelas chamas, grande parte se concentra dentro da Reserva Nacional Lago Pañuelas, área que foi protegida devido à sua importância na provisão de água para Valparaiso e Vina del Mar. A reserva, junto com o Parque Nacional La Campana, mais ao norte, receberam da Unesco, em 1984, o título de Reservas da Biosfera.

A área total do parque que foi queimada ainda não foi contabilizada, mas as chamas já ocupam grande parte do seu interior. A Reserva cobre uma área de 9,2 mil hectares e contém ao menos 150 espécies nativas já catalogadas, sendo que ao menos duas já haviam recebido o status de “ameaçadas”.

A flora da reserva inclui mata mista, mata ciliar e mata caducifólia. Espécies de árvores exóticas também são encontradas em seu interior, em grandes plantações, principalmente de eucalipto e pinus.

Cerca de 120 espécies de aves foram registradas na reserva, além de mamíferos de médio porte, como o gato-dos-pampas (Leopardo colocola), a raposa-colorada (Lycalopex culpaeus) e a raposa-cinzenta (Lycalopex griseus).

As altas temperaturas e os ventos fortes registrados na região desde a sexta-feira ajudaram na disseminação das chamas, mas a estiagem prolongada e a presença de monoculturas no caminho do fogo foram fatores decisivos.

À BBC, o professor do Departamento de Geofísica da Universidade do Chile, Roberto Rondanelli, explicou que a presença de espécies exóticas em grandes plantações serve de combustível para a disseminação do fogo.

“A área é muito mais vulnerável quando tem mais plantações do que floresta nativa. A floresta nativa é muito mais resistente ao fogo. Além disso, a densidade de biomassa das plantações florestais é maior que a da floresta nativa para maximizar as produções, e isso pode ser um problema”, disse o professor à BBC.

Fonte: ((o))eco

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