Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
No início de maio, o ativista Capitão Paul Watson publicou uma denúncia contra o Greenpeace, revelando que o grupo tem apoiado a caça de ursos polares e matança de outros animais.
Agora ele está sendo acusado de ter dado falsas informações.
O Greenpeace alega que apóia a caça de 600-700 ursos por ano, exclusivamente pela tribo indígena Inuit. Porém, na realidade, metade desses animais não são mortos por membros da tribo e nem mesmo usados por eles.
Segundo Watson, mais da metade dos ursos são baleados por caçadores estrangeiros e suas partes do corpo vendidas em mercados paralelos. Uma viagem para caçar ursos pode custar entre U$40,000 e U$75,000.
Se o Greenpeace estivesse sendo honesto, admitiria que apóia a matança dos ursos, incluindo aqueles que são mortos por caçadores atendidos pelos Inuit, que cobram uma boa quantia para guiar estrangeiros até seu habitat e ajudam a emboscar os animais.
Os fatos depõem contra a organização, já que tanto o Greenpeace quanto o World Wildlife Fund se opuseram à inclusão dos ursos polares na lista de espécies ameaçadas de extinção.
Os grupos argumentam que a grande ameaça aos ursos são as mudanças climáticas, e não a caça. Em 2007, a porta-voz do Greenpeace Melanie Duchin declarou com todas as palavras: “Se a população de certas espécies consegue superar o aquecimento global e torna sua caça sustentável, não vamos nos opor.”
Frente à denúncia de Watson, o Greenpeace continua dizendo que “a caça de ursos é sustentável” e que apóiam “somente no caso dos Inuits”, mas não se pronunciam sobre os caçadores de fora e o tráfico dos corpos dos animais pelo mundo todo.
Por outro lado, a posição do Sea Shepherd, organização em defesa da vida marinha liderada por Paul, é clara: não apoiar a matança de ursos polares, independentemente de quem atira e quais os motivos. Esses animais já enfrentam o derretimento do seu habitat, a escassez de alimentos e a poluição das petrolíferas, e nada justifica que sejam cruelmente mortos baleados por rifles.
Além disso, o povo Inuit do Ártico já está integrado à sociedade moderna, tem acesso à tecnologia e não pratica mais a caça “tradicional” há muitos anos. E obviamente, guiar caçadores milionários com armamento de última geração e obter lucros com a venda de partes do corpo dos ursos não tem justificativa “cultural”.
Enquanto isso, o Greenpeace continua se recusando a responder à pergunta sobre a verdadeira “caça turística” que está apoiando. O Capitão Paul Watson apresentou os fatos, listou uma série de entrevistas e aguarda uma resposta oficial – mas os ativistas pelos direitos animais já podem tirar suas conclusões.