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Hospital de animais marinhos instala laboratório flutuante no Guarujá (SP)

14 de agosto de 2014
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Foto: Marcos França
Foto: Marcos França

Por volta do meio dia ela chegou num carro do Gremar (Grupo de Resgate e Reabilitação de Animais Marinhos) e, imediatamente, começaram os procedimentos para salvar sua vida. A tartaruga verde, de aproximadamente 10 anos, com mais de 30 quilos foi encontrada na manhã da última quarta-feira (6), por praticantes de Stand Up Paddle em São Vicente, litoral paulista, enroscada numa rede de pesca.

Na parte traseira do casco e em uma das laterais, sinais evidentes de um atropelamento antigo, provocado por embarcação e, grandes verrugas no pescoço. Segundo a médica veterinária Andrea Maranho, a tartaruga já estava doente quando se enroscou na rede de pesca. A previsão é que o animal marinho fique pelo menos seis meses em tratamento na unidade.

Assim é a rotina de mais três técnicos e quatro estagiários de biologia do Gremar, mantido em parceria pela Prefeitura de Guarujá, que atendem os animais marinhos e aquáticos de toda a Baixada Santista, 24 horas por dia. “As cinco espécies de tartaruga que o Brasil possui já passaram por aqui. Infelizmente nem todas podemos salvar pelas condições que chegam – algumas tem perfurações nos órgãos vitais, vítimas de atropelamentos”, explica a bióloga Thais Perez. As que sobrevivem são anilhadas pela equipe do Projeto Tamar e soltas de volta ao seu habitat.

Além das tartarugas, é comum o Gremar receber golfinhos, atobás, fragatas, lobos marinhos e pinguins. Esses últimos, a equipe se prepara para recebê-los, a partir do final deste mês de agosto e início de setembro. “Eles deveriam já chegar aqui em julho, mas o fenômeno meteorológico, El Niño provocou este atraso”, diz Thais. Atualmente estão no local em tratamento, cinco tartarugas, sete atobás e um fragata macho – essas aves comuns na Lage de Santos e no Arquipélago de Alcatraz apresentam ferimentos devido a choques com embarcações pesqueiras, quando tentam se aproximar atraídas pelos peixes.

Atendimento

Com capacidade para atender 500 animais, o Gremar conta com salas de cirurgia, ambulatorial, de análises clínicas e de descontaminação para animais oleados, uma preocupação da equipe com a exploração de petróleo e gás, com a chegada do pré-sal à região.

Grandes tanques estão sendo reformados (devem estar prontos em janeiro de 2015), para atender melhor os animais maiores como os leões marinhos, golfinhos e pinguins. “O que a maioria da população não sabe é que se encontrar algum animal ferido na praia, ou mesmo se causar um atropelamento, é só chamar o Corpo de Bombeiros e a Polícia Ambiental que eles trazem o animal até nós. Se todos fizerem isso poderemos salvar a vida de muitos mais”, lamenta a médica veterinária, Andrea Maranho.

O trabalho da equipe do Gremar vai além. Ela é responsável pela capacitação de 354 guarda-vidas do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, no que se refere a resgate de animais marinhos, quando encontrados nas praias.

Casa Flutuante Aratu

Ancorada no Canal de Bertioga, mas ainda na Cidade de Guarujá, mesmo local do Gremar, foi instalada a Casa Flutuante Aratu, onde funciona a Base de Monitoramento Ambiental do Guarujá.

Entregue em janeiro do ano passado pela prefeita Maria Antonieta de Brito, a reforma do Píer e a Casa Flutuante Aratu, receberam investimentos de R$ 1,1 milhão em equipamentos e instalações, resultado do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado entre o Ministério Público Estadual e a Prefeitura.

Por estar em uma área de mangue e na Mata Atlântica da Serra do Guararu, o local é um imenso laboratório a céu aberto, onde não só os alunos da rede municipal de ensino, mas também estudantes universitários e pesquisadores poderão desenvolver trabalhos e pesquisas.

Fonte: Ciclo Vivo
 

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