O assistente administrativo Hugo Leonardo Torres de Oliveira, 32 anos, trafegava às 15h desta sexta-feira pela rodovia Marechal Rondon quando avistou um cágado na pista.
Temendo que o animal fosse atropelado, ele o resgatou e tentou devolvê-lo à natureza. Isso deu início a sua epopeia pelos caminhos da burocracia.
Hugo ligou para o Zoológico Municipal, que o orientou a procurar a Polícia Ambiental. Por telefone, o policial solicitou que ele deixasse o cágado no lago do Jardim Botânico. Mas, chegando lá, os funcionários disseram que não poderiam recebê-lo. Após meia hora ligando para o Ibama e para a Polícia Ambiental, que jogavam a responsabilidade um para o outro, ele perdeu a paciência e contactou o jornal BOM DIA.
A reportagem foi até o zoológico, onde Hugo e o cágado estavam. Um funcionário da administração do local, que não quis se identificar, alegou que uma portaria do Ibama proibia que o estabelecimento recebesse o animal.
“Só recebemos animais que são entregues e documentados pelo Ibama e pela Polícia Ambiental. Essa medida é para evitar tráfico de bichos”, afirmou o funcionário.
Ao ver a irritação de Hugo – que já estava há duas horas com o animal – o funcionários autorizou que o cágado fosse solto na represa do zoológico, já que era essa a orientação inicial da Polícia Ambiental.
“Finalmente! Eu pensei que teria que pôr o cágado na roda do carro e atropelá-lo para que algum órgão público tomasse uma atitude”, afirmou Hugo.
Seu medo era que, enquanto se deslocava com o animal, fosse pego pela polícia e acusado de crime ambiental, passando de mocinho a vilão.
Orientação
Procurada pelo BOM DIA, a Polícia Ambiental informou que orientou Hugo a despejar o animal próximo ao Jardim Botânico, pois o animal era dócil e não estava ferido.
Os policiais informam que a primeira providência a ser tomada por quem encontrar animais fora de seu habitat é ligar para a Polícia Ambiental, que irá orientar sobre os procedimentos. Quando os animais são perigosos ou de grande porte, os policiais vão até o local recolhê-lo.
“O zoológico é o último local a ser procurado nessas situações”, orienta o funcionário do estabelecimento que ajudou o cágado a retornar à água.
Fonte: Rede Bom Dia