Historicamente, a luta pelos direitos animais sempre foi feita por pessoas sensíveis e racionais; e com uma compreensão da realidade muito além do seu tempo. Não interessa em que período.
A história está cheia desses exemplos. Na realidade, antes mesmo da concepção moderna dos direitos animais fundamentada no trabalho de Henry Salt, da Liga Humanitária inglesa, esses ideais de respeito à vida independente de espécie já vinham sendo moldados ao longo dos séculos.
Antes da era cristã e da formatação do antropocentrismo, já encontrávamos pessoas indo na contramão dessa displicência em torno da objetificação animal que ganhou proporções piramidais após a Revolução Industrial.
Encaro essas pessoas como observadores e visionários dos desdobramentos de uma nociva realidade concreta. Hoje temos o privilégio de ter um bom número, claro que embora não o suficiente, de pessoas com quem podemos compartilhar francamente nossas ideias.
Agora imagine a realidade dessas pessoas no tempo em que viveram. Menos do que loucos e tolos não eram considerados ostensivamente por muitos. Não são raros os exemplos daqueles que foram desrespeitados e sofreram perseguições exaustivamente, sendo empurrados à marginalização; ainda assim não desistiram.
Valeu a pena? Não tenho dúvida, porque os exemplos e os ideais contemporâneos não se fizeram sozinhos.