Por Amary Nicolau (da Redação – Canadá)
Protetores de animais estão protestando contra a nova norma do Estado do Alabama, dizendo que esta nova regra é a sentença de morte para os filhotes de guaxinins, gambás e outros animais selvagens da região. As informações são do Washington Post.
O Departamento de Conservação e Recursos Naturais do Alabama, disse na última quinta-feira que não vai mais emitir licenças para a reabilitação de guaxinins, gambás, raposas, coiotes, porcos selvagens ou morcegos, órfãos ou feridos. Quem encontrar um animal órfão ou ferido, deve deixa-lo no local, e as organizações devem sacrificar qualquer animal que receberem, disse um porta voz do departamento.
“Basicamente, não há nenhuma razão biológica para reabilitar estes animais “, disse o biólogo Ray Metzler , chefe assistente da agência Wild Life (vida selvagem).
Segundo Ray, a remoção de animais órfãos ou feridos da natureza para receberem cuidados, interrompe a cadeia alimentar e pode ajudar a espalhar doenças como a raiva. Animais como os filhotes de guaxinins são bonitos, e as pessoas gostam de salvá-los. Mas os animais que ficaram órfãos , muitas vezes tornam-se alimento para predadores maiores da natureza, e removê-los da floresta pode ter um efeito cascata sobre outras espécies
“Animais morrem todos os dias. Todo animal tem que comer e cada animal tem o seu lugar na cadeia alimentar. Isso pode ser uma maneira cruel de expor o problema, mas a lei do mais forte é a lei da sobrevivência, ” acrescentou Ray.
A decisão provocou indignação entre os trabalhadores da agência Wild Life como John Russ , que abriga 30 ou mais, das espécies afetadas no Alabama, Shamballa Wildlife Rescue.
Norma do estado ou não, John disse que não vai dar as costas a um animal machucado ou deixar que matem os trazidos para seu abrigo em Scottsboro.
“Isso é imoral. Como eu poderia dormir se eu der as costas aos animais precisando de ajuda? ” disse John.
São inúmeros, os animais que morrem após serem atropelados por veículos e outros acidentes, a cada ano. Alguns deixam os seus filhotes para trás. O Alabama não mantém estatísticas de quantos animais silvestres são resgatados anualmente, por isso é impossível dizer quantos podem ser afetados pela regra.
A lei estadual inclui possíveis multas por posse ilegal de animais silvestres.
Kim Robinson, de Huntsville, uma voluntária da agência de reabilitação Wild Life, disse que está deixando a organização , em vez de obedecer a uma regra que ela chama de “ irresponsável e imprudente.”
Ela disse que acredita que são poucas as pessoas que estariam dispostas a abandonar um animal órfão, para morrer na selva ou entregá-lo para ser sacrificado. Além disso, segundo ela, as pessoas vão tentar criar animais selvagens, em vez de entregá-los para reabilitadores treinados, gerando um maior risco de doença para seres humanos e animais domésticos, como cães e gatos.
“As pessoas não vão matar esses bichinhos bonitinhos depois de ver as suas mães mortas na rua ou algo assim “, disse ela .