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Grupo usa boto inflável para alertar sobre matança da espécie em Manaus (AM)

28 de julho de 2014
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Boto inflável foi colocado na Praia da Ponta Negra para chamar a atenção de populares para a matança na Amazônia (Foto: Marcos Dantas/ G1 AM)
Boto inflável foi colocado na Praia da Ponta Negra para chamar a atenção de populares para a matança na Amazônia (Foto: Marcos Dantas/ G1 AM)

Uma associação promove, em Manaus, uma campanha de conscientização contra a matança de botos na Amazônia. Com o objetivo de aproximar a população da causa, o grupo colocou um boto inflável na Praia da Ponta Negra, na Zona Oeste, neste sábado (26). O movimento busca assinaturas para uma petição que quer pressionar o governo federal a antecipar uma moratória que proíbe a pesca da piracatinga por cinco anos na Amazônia. Botos da região são usados como isca para a pesca do peixe.

Segundo ambientalistas, o uso de botos como isca pode dizimar a espécie em até 30 anos. Uma instrução normativa interministerial publicada no dia 18 deste mês pelo ministro de Pesca e Aquicultura, Eduardo Lopes, e pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, estabelece a moratória que prevê a proibição da pesca e comercialização da piracatinga em todo o território nacional pelo prazo de cinco anos, a contar de 1º de janeiro de 2015.

Neste período fica proibida a pesca, retenção a bordo, transbordo, desembarque, armazenamento, transporte, beneficiamento e a comercialização da piracatinga, ficando os dois ministérios responsáveis pela avaliação dos efeitos da moratória para a recuperação das espécies de botos e jacarés, utilizados como iscas. A proibição só não vale para casos de captura com fins de pesquisa científica.

Para os pesquisadores, o problema é que o prazo para que a moratória entre em vigor ainda está distante. Segundo eles, até 2015, muitos botos podem ser mortos na caça ilegal. De acordo com o pesquisador Rodrigo Amaral, que faz parte da Associação Amigos do Peixe Boi (Ampa), o ideal seria que a moratória começasse a valer imediatamente. “Até o dia 1º de janeiro muitos botos vão morrer, por isso nós queremos, através da opinião pública, pressionar o governo a adiantar o quanto antes que a moratória que proíbe a pesca da piracatinga entre em vigor”, disse.

Ainda segundo os pesquisadores, no segundo semestre do ano, várias espécies de peixe entram no período do defeso – período de proibição da pesca – o que motiva muitos pescadores a recorrer para a pesca da piracatinga.

Ação na Ponta Negra tenta colher assinaturas para petição (Foto: Marcos Dantas/G1 AM)
Ação na Ponta Negra tenta colher assinaturas para petição (Foto: Marcos Dantas/G1 AM)

Ainda segundo a Ampa, até o momento a petição que ocorre na internet desde a última semana, já recebeu mais de 30 mil assinaturas. A expectativa é que em duas semanas o objetivo seja alcançado, com o recebimento de 100 mil assinaturas. “Essa petição está vinculada ao e-mail dos ministérios de Pesca e Aquicultura e Meio Ambiente. Então toda vez que alguém assina a petição esses e-mails recebem uma notificação. A mobilização tem sido tão intensa que os ministérios já se pronunciaram informando que irão intensificar a fiscalização nas áreas conhecidas com movimento intenso de caçadores na Amazônia”, completou Rodrigo Amaral.

A ação na Ponta Negra envolve 20 voluntários que apresentam o trabalho da Ampa para os populares, pedindo em seguida a assinatura para a petição. Um boto inflável de 12 metros foi posto na praia para chamar a atenção dos banhistas.

Depois de Manaus, a campanha passará Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo colhendo assinaturas para a petição.

Fonte: G1

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