O Ministério Público do Paraná (MPPR) ofereceu denúncia por maus-tratos contra um jovem de 19 anos que matou a cachorra de sua vizinha, no bairro Cidade Industrial, em Curitiba, no Paraná.
O caso aconteceu no dia 12 de outubro e, segundo a denúncia, o rapaz teria atirando no animal com uma espingarda de pressão.
A cachorra, chamada Polaca, tinha dado cria cerca de duas semanas antes e ainda amamentava os filhotes. Infelizmente, o animal não resistiu e morreu baleado.
De acordo com o MPPR, o suspeito é funcionário de uma pet shop na cidade. O caso repercutiu após a tutora da cachorra compartilhar um vídeo no qual, segundo ela, o jovem assumiu a autoria do crime marcado por crueldade.
Entenda o caso
Em entrevista ao site RIC Mais, a tutora de Polaca, Viviane Calionis, de 32 anos, contou que ao voltar do supermercado, no dia 12 de outubro, avistou o animal deitado perto de um riacho.
Desconfiada de que havia algo errado, ela foi até a cachorra e levou um susto ao se deparar com um buraco em sua barriga. Na sequência, seu marido confirmou que escutou um barulho de tiro, mas não notou que tinha atingido um animal da propriedade.
Viviane contou ao RIC Mais que o vizinho há tempos estava acusando Polaca de invadir a propriedade dele para estragar com plantas e comer os ovos das galinhas.
Por isso, na ocasião, ele foi até a casa do suspeito perguntar o que havia ocorrido, mas foi recebido da pior forma possível. Ao perguntar quem havia feito aquilo com a cachorra, segundo Viviane, o jovem se levantou da cadeira e prontamente disse “fui eu”.
“Ele partiu pra cima do meu marido, que deu um chute nele e o homem caiu de volta na cadeira. Esse vizinho já matou alguns animais meus, fiquei quieta, deixei passar. Mas agora passou do limite e estamos recebendo ameaça, que ele tá mandando uma pessoa aqui armada para nos matar”, contou Viviane.
Com a cachorra ferida, Viviane e o marido ligaram para a Polícia Militar, e, inclusive, relataram o medo de algo pior pudesse acontecer já que o vizinho estava armado, mas recebeu como resposta dos policiais que nada poderia ser feito.
Polaca morreu antes que o veterinário conseguisse chegar na chácara.
“É uma vidinha, que eu tinha muito amor por ela. Eu a resgatei de uma situação de maus-tratos, de um terreno onde o homem abandonou ela amarrada passando fome há dias. Eu trouxe, eu cuidei. Tenho outro cão mais velho, de raça, o Thor, que também é meu amorzinho. Como já está velhinho, deixei ele cruzar com a Polaca porque eu queria ter filhotinhos dele quando fosse embora. Estávamos todos felizes aqui. Agora tem quatro filhotinhos que ainda estavam mamando na Polaca e que estão aqui chorando de fome, sem a mãe pra amamentarem”, relatou a tutora.
Maus-tratos
O crime de maus-tratos a cães e gatos prevê pena de dois a cinco anos de reclusão, além de multa. A pena foi aumentada em 2020 através da Lei Sansão (Lei 14.064/20).