Uma das imagens publicadas pelo fotógrafo Brent Cizek em um lago de Minnesota, nos EUA, já foi retweetada quase 1.300 vezes e até mesmo apareceu no New York Times. Nela, o profissional conseguiu capturar o momento em que uma mãe pata passeava no Lago Bemidji com seus 76 patinhos atrás dela. “Não poderia ter pedido uma oportunidade para tirar fotos melhores”, ele admite.
Cizek tirou as fotos comoventes neste verão e, mesmo acostumado a fotografar a vida selvagem, ele diz que aquele animal deveria ganhar o prêmio de ‘mãe do ano’. “A foto apenas faz você questionar, sabe, como isso é possível? Como isso aconteceu? Como a mãe está cuidando de tantos patos?”, contou à apresentadora Laura Lynch, do programa As It Happens.
O fotógrafo conta ainda que, na realidade, avistou a família pela primeira vez no dia 27 de junho. Naquele período, já era um número bem alto: a mãe e pelo menos outros 56 patinhos. Mas quando ele voltou algumas semanas depois, haviam nascido cerca de duas dezenas de patinhos, totalizando em aproximadamente 76 filhotes.
Um ornitólogo da Universidade de Yale, Richard O. Prum, disse em entrevista à revista Times que não é incomum ver entre 20 e 30 patinhos atrás de uma única fêmea. Mas ele precisou admitir que mais de 70 é uma quantidade realmente surpreendente e “uma visão extraordinária”.
Especialistas explicaram que, na realidade, aqueles patinhos dificilmente são todos filhotes da mesma mãe. A espécie daquela pata é um merganser, o que significa que ela põe uma dúzia de ovos de cada vez. É comum que animais desta espécie espalhe suas crias em outros ninhos, para aumentar a chance de sobrevivência dos filhotes. Essa informação foi retirada da National Audubon Society.
Mesmo assim, esse fato sozinho não é o suficiente para explicar o porquê de existirem 76 patinhos sob a responsabilidade de uma única fêmea – já que 76 ovos ainda são muitos para uma mamãe pato incubar. E a explicação é ainda mais surpreendente.
Um administrador da vida selvagem local, David Rave do Departamento de Recursos Naturais de Minnesota, conta que as fotos provavelmente descrevem uma “creche” – uma espécie de creche de patinho, em que uma mãe, mais velha e experiente, cuida dos bebês das outras fêmeas.
Ele acrescenta que, mesmo assim, essa é uma ‘creche’ excepcionalmente grande. “Eu já vi creches com frequência de 35 e 50, mas 70 – isso seria uma grande creche”.
Cizek disse que não esperava tirar nenhuma foto quando saiu em seu barco no dia 26 de junho. Estava ventando, as águas estavam agitadas e ele tinha levado apenas uma lente. Quando ele se deparou com a mãe pato e sua ‘creche’, ele disse que tirou dezenas de fotos de uma vez, rezando para que pelo menos uma delas ficasse boa no final.
Ele conta que desde a repercussão das fotos na internet, ele voltou ao lago diversas vezes, não só para tirar mais fotos dos patinhos, mas para ficar de olho no desenvolvimento dos animais, e entender toda a dinâmica entre aqueles animais. “Há muitas pessoas acompanhando para ver seu progresso e como estão indo”, ele conta. “Tem sido maravilhoso”.