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Flamingos de Miami voltam a pôr ovos após cinco anos sem filhotes

27 de junho de 2014
3 min. de leitura
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Os flamingos do parque Hialeah, um dos cartões postais de Miami, voltaram a pôr ovos, após cinco anos sem se reproduzirem, um feito que o cuidador dos animais admitiu, em declarações à AFP, ter ocorrido graças a um truque: o uso de ovos de gesso.

As aves do parque, de patas e pescoço longos, plumagem rosada e alaranjada e bico negro, famosas por aparecerem na abertura do seriado “Miami Vice” e em vários filmes de Hollywood, pararam de pôr ovos repentinamente em 2009, explicou Dennis Testa, encarregado de operações do Hialeah Park Racing and Casino.

“Tínhamos que tentar de tudo”, explicou Testa, contando que a primeira coisa que faz de manhã, ao chegar ao parque, é dirigir seu carro de golfe laranja para visitar os quase 300 flamingos que vivem em uma pequena ilha com palmeiras no meio de um lago, circundado pela pista para corridas de cavalos do parque, inaugurado em 1925.

Esta foi a segunda vez que Testa recorreu aos ovos de gesso, um método que adotou com sucesso há duas décadas, quando os animais passaram vários anos sem se reproduzir.

Na ocasião, Testa consultou especialistas sobre a falta de ovos, sem obter resposta.

Ele não tem maiores conhecimentos científicos, mas conta com a experiência de ter convivido com os flamingos desde que chegou com a família em 1958, aos 7 anos de idade, ao parque, onde seu pai conseguiu trabalho.

Vinte anos atrás, diante da falta de ovos, ele e o pai decidiram recriar as condições em que as aves se reproduzem: colocaram borrifadores d’água nas palmeiras para simular chuva, pois os animais acasalam na época chuvosa, construíram eles mesmos os típicos ninhos da espécie – de barro e em formato de vulcão – e concluíram o trabalho espalhando ovos de gesso.

“Uma semana depois, (as aves) começaram a pôr ovos. Funcionou”, lembrou Testa à beira do lago, de onde se podem ouvir os fortes grasnidos dos flamingos. De vez em quando, um deles se levanta e deixa à mostra o ovo de grande tamanho que está chocando.

Agora, ele repetiu, com sucesso, o plano que executou com o pai, contou.

Na semana passada, os funcionários do parque contaram 63 ovos, e os filhotes devem sair da casca em julho.

Cientistas consultados pela AFP afirmaram que, sem fazer estudos, é difícil determinar ao certo se os falsos ovos deram às aves o empurrãozinho que faltava.

“Esta pode ser a razão, ou pode ser que tenham decidido voltar a se reproduzir este ano”, disse Jim Dunster, encarregado de aves no zoológico de Miami.

Algumas vezes, as aves precisam de sinais de que outros pássaros estão se reproduzindo para seguir o exemplo, admitiu Peter Frederick, professor de fauna silvestre da Universidade da Flórida.

“O que sei é que funcionou antes, e funcionou de novo desta vez; isto é suficiente para mim”, disse Testa, que não consegue esconder a emoção ao falar destes animais, cujo cuidado é só uma pequena parte de seu trabalho no parque, aberto 24 horas e 7 dias por semana por causa do cassino que se encontra em seus domínios.

A perspectiva de uma nova geração de flamingos, que, quando filhotes, são brancos e acinzentados, alegra os funcionários do parque, que, em 1934, recebeu pela primeira vez um grupo destes animais, trazidos de Cuba.

As fêmeas da espécie, que vive cerca de 50 anos e é originária da península de Yucatán, no México, e das ilhas do Caribe, só põem um ovo por ano.

Os funcionários do parque às vezes recebem ligações de casas vizinhas, visitadas pelas aves. Mas elas sempre voltam, disse Testa. “Esta é a casa deles”, reforçou.

“Talvez tenhamos a chance de trabalhar” para conseguir que a Flórida a adote como ave símbolo do estado, brincou Testa, enquanto supervisionava com binóculos as aves rosadas na ilha sob o sol quente de Miami.

Fonte: Terra

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