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PRESERVAÇÃO

Saiba como ajudar tartarugas-marinhas em situações de risco

Saiba como agir ao se deparar com uma tartaruga marinha na praia.

19 de março de 2022
Jovana Meirelles | Redação ANDA
5 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

Se para muitos brasileiros aproveitar as praias e as regiões costeiras, principalmente no verão, é sinônimo de alegria, este período do ano também é de extrema importância para vários animais migratórios, como as tartarugas-marinhas. Estes animais também costumam aparecer em algumas praias, geralmente, para a reprodução, seja para a desova ou para a eclosão dos ovos.

Com o aumento de programas conservação e pesquisa ecológica que atuam ao longo da costa brasileira, também cresceu o número de tartarugas visitantes em algumas praias. Isso facilita com que encontremos estes animais, os quais podem estar se alimentando, desovando ou, simplesmente, serem recém-nascidas se deslocando ao mar.

Diante disso, é importante que as pessoas tenham maior responsabilidade e conhecimento sobre o assunto e como atuar de forma não prejudicial ao ciclo de vida das tartarugas marinhas. Algumas atitudes, destacadas no site Ecoa, no UOL, podem ser cruciais para o equilíbrio da fauna marinha, para sobrevivência das espécies e para o convívio saudável entre os seres humanos e a natureza.

Como agir ao encontrar uma tartaruga-marinha na praia

As situações de encontro com uma tartaruga-marinha podem ser diversas, assim, conhecer quais são as organizações locais que trabalham com a proteção desses animais pode ser a iniciativa mais importante.

Nos casos de encontro com tartarugas pequenas ou grandes emergindo a cabeça para a superfície da água para respirar, provavelmente elas estão apenas se alimentando. Neste momento, que ocorre, principalmente em maré alta, a indicação é somente respeitar seu espaço, sem se aproximar ou interferir, mantendo uma distância que não as assuste.

Foto: Ilustração | Pixabay

Muitas vezes, são nessas situações que algumas tartarugas são capturadas por redes de pesca, uma de suas principais causas de morte aguda. Também pode acontecer de elas ingerirem lixo, se chocarem com embarcações a motor ou encalharem na areia da praia. Quando algo assim acontece, a instituição local responsável deve ser imediatamente acionada para tentativa de resgate ou para registro e coletas biológicas do animal morto – importante para as pesquisas ecológicas.

O contato com qualquer animal silvestre deve ser evitado por cidadãos sem treinamento. Entretanto, a instituição pode orientar pequenas ações de emergência, como hidratar ou proteger do sol, para manter a tartaruga viva até a chegada do resgate.

Em casos de tartarugas em reprodução

Diferentemente, em situações em que uma tartaruga adulta caminha para determinada parte mais distante da areia, próxima da vegetação, provavelmente, se trata de uma tartaruga em momento de desova. Nesses casos, é importante manter distância e silencio, além de evitar fotos com flash, para que o animal conclua o processo tranquilamente. Caso contrário, a desova pode ser interrompida, já que a tartaruga interpretará como sinal de ameaça.

Foto: Ilustração | Pixabay

Na grande maioria das vezes, a desova acontece a noite, mas também pode ocorrer durante o dia, inclusive em áreas urbanizadas. De toda forma, em qualquer situação, deve-se acionar alguma organização responsável pela conservação de tartarugas-marinhas, para que haja o registro, proteção e monitoramento do novo ninho.

É crucial que o espaço demarcado seja rigorosamente respeitado, sem a circulação de pessoas a, pelo menos, um metro ao redor do local. Isso porque qualquer compactação ou alteração da areia, causada por pisoteamento ou trânsito de veículos, afeta em muito as chances de sucesso no nascimento dos filhotes. Se tudo ocorrer bem, após 45 a 60 dias, os filhotes irão eclodir e se deslocar para o mar.

Dificuldades de sobrevivência

De acordo com estimativas, a cada mil filhotes, apenas um ou dois chegarão a idade adulta e, nas regiões urbanizadas, esse índice é ainda menor, devido, principalmente, a incidência de luz artificial. A fotopoluição afeta não só as tartarugas adultas, ao inibir a desova, mas também os filhotes, ao desorientá-los no caminho para o mar. A luz artificial confunde os filhotes, que se perdem pela vegetação ou chegam a atravessar avenidas e áreas urbanas, onde dificilmente sobrevivem.

Isso acontece pois, quando não há iluminação artificial, o mar é naturalmente mais claro que a região continental, tendo em vista o reflexo da lua e das estrelas na água. Dessa forma, as tartarugas já são naturalmente pré-dispostas a se direcionar para o local mais claro que encontrarem e, por isso, a fotopoluição pode ser tão perigosa.

Maneiras para amenizar os impactos da fotopoluição são indicadas na cartilha produzida e divulgada pelo Centro Tamar-ICMBio. No documento, são apresentadas especificações para que as instalações de luminárias não incidam diretamente sobre a praia e prejudiquem o ciclo de vida das tartarugas marinhas.

Filhotes de tartaruga saem em direção ao mar. (Foto: Acervo Instituto Biota de Conservação)

Responsabilidade de preservação

Dessa forma, é extremamente relevante se informar sobre qual instituição atua pela proteção das tartarugas-marinhas na região em que você estiver. Normalmente, são ONGs que atuam em rede, com equipe capacitada e metodologia padronizada de acordo com a orientação e licença de pesquisa dos órgãos públicos responsáveis (Centro Tamar – ICMBio).

Além disso, o que não faltam são novas informações sobre o assunto, portanto, é preciso estar sempre buscando aprender para auxiliar da melhor forma. Mesmo pequenas ações de proteção a esses animais e seu ambiente já são determinantes para a manutenção da qualidade de todo o ecossistema.

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