Um filhote de guepardo africano que corria o risco de não sobreviver foi separado de sua mãe e adotado por outra fêmea dez dias depois de seu nascimento no Instituto de Conservação Biológica Smithsonian, no Estado da Virgínia, nordeste dos Estados Unidos.
O macho foi o primeiro a nascer no centro americano e em cativeiro no país desde 2005.
No entanto, ser filho único poderia significar a sua morte e por isso ele teve que ser separado da mãe, segundo a equipe do instituto.
Por causa das dificuldades em amamentar um só rebento, ao terem apenas um filhote as fêmeas que vivem na natureza geralmente deixam o filho morrer e tentam cruzar novamente para produzir uma ninhada maior, o que faz com que a taxa de mortalidade dos pequenos guepardos na África, seu habitat natural, seja de 70%.
“Se tiver somente um filhote, a fêmea do guepardo não consegue produzir leite suficiente para alimentá-lo, e há um risco grande de ele morrer”, disse Adrienne Crosier, bióloga da instituição.
Saudáveis
Depois do nascimento, os veterinários e pesquisadores do instituto decidiram criar o filhote durante 13 dias, longe de sua mãe, Amani, até que outra fêmea mais experiente, Zazi, desse à luz sua própria filhote, uma fêmea.
Para garantir que os dois bebês sobreviveriam, a equipe colocou o filhote macho dentro do cativeiro de Zazi, para ver se ela criaria os dois.
“Dentro de uma hora, estava amamentando os dois”, disse Crosier.
Os dois filhotes estão saudáveis e serão examinados periodicamente para detectar possíveis doenças genéticas.
Eles devem ficar com Zazi por mais um ano até serem transferidos para outros centros de criação no país.
Devido à pouca variedade em seus genomas, os guepardos são frequentemente vítimas de vírus e doenças genéticas. Por isso, são classificados como “vulneráveis” na lista de animais ameaçados da União Internacional para Conservação da Natureza.
Os pesquisadores acreditam que há entre 7,5 mil e 10 mil guepardos no mundo, contra 100 mil no começo do século 20.
O procedimento fazer com que uma mãe guepardo “adote” um filhote não é simples e, segundo os biólogos do Instituto Smithsonian, poucas instituições americanas conseguiram.
Nos últimos cinco anos, segundo a equipe do instituto, os nascimentos de guepardos em cativeiro nos Estados Unidos diminuíram drasticamente, já que as fêmeas estão mais velhas e têm dificuldade para se reproduzir após os oito anos de idade.
Menos de 18% da população de guepardos criada no país já se reproduziu.
Fonte: Último Segundo