Em nome de uma cultura popular retrógrada, a chamada “Farra do Boi” deveria receber o nome de “crime hediondo”, pois o tal “ritual” é realizado em local aberto, quando o animal é solto, provocado, torturado até a exaustão, muitas vezes até a morte, enquanto animais humanos correm pelas ruas achando graça de tudo.
Não é à toa que diante de vídeos que viralizam na internet com “acidentes” que acontecem quando o boi fere um humano, tantas pessoas conscientes de tamanha crueldade comentam felizes um “bem feito” ao ver o boi vitorioso. Infelizmente essa vitória é momentânea, já que assassinar o animal no final do evento é algo comum.
Segundo informações da Info Escola, “a Farra do Boi’ foi trazida ao Brasil pelos imigrantes açorianos entre 1748 e 1756, que engordavam o boi durante um período de tempo, e quando ele estava preparado para ser servido de alimento, era realizada a farra. Logo após, eles matavam o animal para dividir a carne entre as famílias.”
“O significado exato da ‘Farra do Boi’ ainda é desconhecido. Alguns historiadores informam que possui uma conotação simbólica-religiosa, onde a ação ocorria em época de Quaresma e o boi representava Judas.”
Apesar da proibição dessa prática no Brasil desde 1998 através da Lei de Crimes Ambientais (9.605/98), a manifestação ainda é típica no Estado de Santa Catarina, sendo feita às escondidas.
No início da semana, a polícia divulgou o resultado da “Operação Quaresma”, realizada de 14 de março a 2 de maio, onde foram registradas durante as investigações apenas uma ocorrência, sendo o menor índice dos últimos anos.
Conforme noticiado pelo Correio Santa Catarina, “em relação aos anos anteriores, a PM registrou em 2020 quinze ocorrências, em 2021 seis e em 2022 apenas uma. A operação anual visa combater a tortura contra animais que acontece tradicionalmente no litoral catarinense no período da Quaresma.”
Relembre o caso
Em maio de 2021, um vídeo mostra o desespero de um dos animais torturados durante um “evento”, quando ele foi parar no mar na tentativa de fugir de “farristas criminosos”. O fato aconteceu em Porto Belo, Santa Catarina.
