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Extinção dos corais provocaria prejuízos de 170 bilhões de dólares por ano

3 de setembro de 2009
3 min. de leitura
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O aquecimento do planeta ameaça provocar a extinção dos recifes de coral – e, com eles, um prejuízo de 170 bilhões de dólares anuais, causado pela falta dos “serviços” prestados por este rico ecossistema, alerta um relatório publicado esta semana.

O estudo, patrocinado pela ONU e destinado aos líderes políticos que se reunirão dentro de três meses em Copenhague para decidir sobre o acordo que substituirá o protocolo de Kyoto, não deixa espaço para dúvidas: “O aquecimento global ameaça os recifes de coral com a extinção imediata”.

A originalidade do trabalho do economista indiano Pavan Sujdev é a abordagem econômica do problema, ao calcular os prejuízos financeiros para o planeta em decorrência desta extinção.

Para isso, leva em consideração o conjunto de “serviços” que os corais e os organismos que neles vivem prestam aos seres humanos.

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“Os serviços prestados pelo ecossistema dos recifes de coral, que vão desde a proteção das costas à alimentação dos peixes, têm um valor que chega aos 170 bilhões de dólares anuais”, afirma Sujdev, encarregado da União Europeia (UE) e do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUE).

“As barreiras de coral não são apenas lugares de férias de luxo, e sim um ecossistema independente inteiro”, destacou o diretor do PNUE, Achim Steiner, durante a apresentação do relatório em Berlim.

O estudo também tenta calcular o custo da recuperação dos recifes de coral: até 542.000 dólares por hectare. Esta operação, no entanto, recuperaria imediatamente 129.000 dólares por ano em serviços prestados.

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“Portanto, é amplamente preferível conservar estes ecossistemas do que deixar que se deteriorem para recuperá-los depois”, concluiu.

Muitos especialistas criticam a iniciativa de avaliar os serviços prestados pela natureza, afirmando ser impossível calcular ao certo quanto valem fora do mercado, enquanto outros condenam o estudo alegando que este tipo de abordagem banaliza o patrimônio natural.

O relatório destaca no entanto, que considerando o atual estado em que se encontram os corais, as opções deveriam ser feitas com uma base ética, e não apenas levando em conta uma análise de custo/benefício.

As taxas de CO2 na atmosfera, que atualmente chegam a 387 partes por milhão (ppm), deve ser inferior a 350 ppm para salvar os corais.

“Aceitar uma meta de estabilização de taxas de CO2 em 350 ppm significa que a sociedade decidiu prescindir dos recifes de coral”, lamenta o relatório, cuja versão final será publicada em novembro.

Animais cnidários

Coral ou recife de corais ou ainda antozoários são animais cnidários e uma das maravilhas do mundo submarino. Os corais constituem colônias coloridas e de formas espantosas que crescem nos mares e podem formar recifes de grandes dimensões que albergam um ecossistema com uma biodiversidade e produtividade extraordinárias.

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O maior recife de coral vivo encontra-se na Grande Barreira de Coral, na costa da Queensland, Austrália. Ele também é considerado o maior indivíduo vivo da Terra. Porém, devido à poluição e aquecimento marinho, está morrendo. A maioria dos corais desenvolve-se em águas tropicais e subtropicais, mas podem encontrar-se pequenas colónias de coral até em águas frias, como ao largo da Noruega.

*Com informações do IG/AFP

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