Em 16 de janeiro de 1948, Pedro Ricardo Olmo chegou à Argentina. O homem de 34 anos se apresentou como missionário religioso e em pouco tempo tornou-se gerente de compras de uma multinacional no país. Por 27 anos ele viveu como uma pessoa comum pleas ruas das cidades argentinas, porém em 1975, Simon Wiesenthal, caçador de nazistas, revelou que o homem pacato na realidade era Walter Kutschmann, um ex-capitão do exército nazista.
Kutschmann foi um dos responsáveis pelo genocídio de milhões de judeus na Polônia e pela deportação de civis franceses para os campos de extermínio durante a Segunda Guerra Mundial. Um ano antes da rendição alemã de 1945, ele usou seus laços com os fascistas espanhóis para escapar com sucesso da Alemanha.
Depois de ser desmascarado, Walter foi demitido da empresa multinacional e decidiu se mudar da capital Buenos Aires, para um lugar mais sossegado e distante dos caçadores de nazistas. O impetuoso homem foi se instalar em Miramar.
Junto de sua esposa Geralda Baeumler, que trabalhava como veterinária, Walter fundou a Associação dos Amigos dos Animais ou AAA, na cidade. No entanto, a associação amiga dos animais prestava serviços de extermínio de animais em situação de rua. A crueldade do nazista passou dos humanos para cães e gatos, que agonizavam em pequenas câmaras de gás.
Kutschmann passou longos anos destilando seu ódio em cachorros e gatos abandonados, servindo as prefeituras do entorno da província de Buenos Aires. Só em 14 de novembro de 1985, o ex-capitão da SS foi preso pela Interpol a pedido do governo alemão.
O carrasco morreu de infarto um ano depois de sua prisão, em 30 de agosto de 1986, apenas alguns dias antes de ser deportado para seu país natal, onde responderia pelos seus crimes contra a humanidade.
