O resultado: pode haver menos tempo do que se supunha anteriormente para combater o aquecimento global.
De acordo com um artigo publicado na Scientific American, “os países do Acordo Climático de Paris estabeleceram o objetivo de manter o aquecimento abaixo de 2 graus Celsius, diminuindo as emissões de carbono em relação aos níveis pré-industriais”.
“Mas um novo estudo mostra que o nível pré-industrial usado no acordo, com base em registros de temperatura do final do século 19, não leva em consideração um potencial século de aumento das temperaturas causado pelas emissões de dióxido de carbono”, adiciona.
Os dados ausentes dizem respeito aos gases liberados de cerca de 1750 a 1875, que os pesquisadores acreditam que poderiam acrescentar um quinto de grau à temperatura atual da linha de base, reportou o Color Lines.
“Quando você considera isso, verifica-se que temos 40% menos carbono para queimar do que acreditávamos”, disse o pesquisador do estudo e climatologista da Universidade Estadual da Pensilvânia, Michael Mann.
Consequentemente, os países que assinaram o Acordo de Paris precisariam ser mais agressivos para atingir os objetivos estabelecidos.
Em 1º de Junho, o presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos se retirariam do acordo, o primeiro esforço global bem sucedido no qual 194 países se comprometeram a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa para combater as mudanças climáticas.
Embora sejam necessários quatro anos para que isso aconteça oficialmente, sua administração retirou o envolvimento dos EUA de várias maneiras, incluindo a emissão de ordens executivas que possibilitarão a redução das emissões nos níveis exigidos pelo acordo.
Trump também desaprova o Green Climate Fund, que foi criado como parte da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – o guarda-chuva que cobre o Acordo de Paris. Seu propósito é alocar recursos – de países mais ricos e desenvolvidos, como os Estados Unidos – para países em desenvolvimento que enfrentarão o impacto do impacto das mudanças climáticas.
Mann, que trabalhou no estudo ao lado pesquisadores das universidades de Edimburgo e Reading, no Reino Unido, acredita que, mesmo que esta nova informação destaque a terrível realidade do aquecimento global, o Acordo de Paris ainda é a melhor política para promover mudanças.