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Estilo de vida vegetariano e vegano cresce em Teresina (PI)

23 de agosto de 2015
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Tamara Meirelles está no processo de abandonar todos os produtos derivados de animais
Tamara Meirelles está no processo de abandonar todos os produtos derivados de animais

Para alguns considerada uma ‘escolha radical’. Para outros, uma forma de passar uma mensagem contra a indústria da exploração animal. Mais que uma dieta, o vegetarianismo e o veganismo são considerados um estilo de vida, que influencia não só a composição do prato, mas a maneira de se portar na sociedade. Em Teresina, crescem os adeptos dessas práticas, que procuram qualidade de vida através da alimentação saudável bem como o posicionamento contra o fim da exploração animal.
Apesar de ambas excluírem totalmente o consumo de carne, as dietas vegetarianas e veganas se diferenciam. Enquanto a primeira exclui do cardápio apenas a proteína animal, a segunda abole não só a carne, como também qualquer produto de origem animal. Isso passa pelo leite e seus derivados, ovos, mel, lã, entre outros.
Tamara Meirelles, que há três anos vive como vegetariana, não se arrepende da escolha que fez. Em seu cardápio não entra a ingestão de nenhum tipo de carne. A jovem também já está no processo de abandonar todos os produtos derivados de animais, ou seja, a um passo de se tornar vegana.
Cursando Nutrição, Tamara afirma que a escolha definitiva para o estilo de vida vegetariano veio durante uma aula de psicologia da nutrição. “Meu curso não me leva pra o vegetarianismo ou veganismo – pelo contrário, trabalhamos muito essa questão da cadeia alimentar e da importância da ingestão de carne. Mas sempre fui curiosa sobre essa questão da carne e sempre li muito. Um vez, estávamos na aula de Psicologia e esse assunto veio a tona, foi quando soube que tinha que parar de vez. Deixei carne vermelha totalmente e com o tempo fui abolindo os outros tipos, a última foi o peixe. De lá pra cá sempre leio muito, acho que todo mundo que vira vegetariano acaba sendo um pouco de nutricionista, porque tem que estudar, se informar para saber como balancear a alimentação”, relata.
Paulatinamente, o cardápio da estudante passou a ser recheado de frutas, grãos e leguminosas. Para equilibrar a dieta, outras formas de proteínas, a não ser a da carne, foram inseridas nas refeições. Nesse contexto, o convívio social entre familiares e amigos foi e continua sendo determinante no processo.
“Muita gente não avança no vegetarianismo, porque a família não respeita. Em casa, sempre fui bem recebida, meu pai me apoiou e até hoje compra os alimentos que gosto. Acaba que hoje minha comida é uma das que acaba primeiro, porque todo mundo gosta. Mas já com os amigos, como Teresina temos muito essa rotina de sair para comer, vários deixavam de me chamar, porque pensava que eu não ia gostar. Mas acaba que as pessoas não pensam que existem outras opções, que eu posso comer outras coisas nesse lugares ou já sair de casa tendo comido. Hoje em dia, vou até para churrasco, fico só olhando, porque também não quero obrigar ninguém a fazer nada”, conta.
Segundo a jovem, as vantagens de ter mudado para o cardápio vegetariano são visíveis no bom aspecto da pele, cabelo e no aumento da imunidade contra doenças. Segundo estudos, o alto teor de fibras da dieta ajuda a reduzir o colesterol, por exemplo, e também prevenir alguns tipos de câncer, como o de intestino. Para sentir todos os benefícios da dieta é essencial um bom monitoramento no equilíbrio da ingestão de nutrientes, porque ao contrário, é carência na certa.
“Brinco que a gente não sente nem dor na unha. Não lembro a última vez que fiquei doente, afinal, é um estilo de vida saudável. É difícil achar um vegano que vai para a balada bebe ou fuma. Porque a pessoa acaba adotando vários hábitos saudáveis”, confessa.
Criativos, os cardápios vegetarianos são diversos. Os grãos, leguminosas e verduras se transformam em pratos múltiplos, sejam doces ou salgados. Tamara afirma que tem percebido o crescimento do mercado para atender ao público, com uma cobrança constante dos interessados. Em Teresina, cerca de 300 pessoas integram o grupo de Vegetarianos e veganos em uma rede social. “A gente sai nos restaurantes para colocarem opções para veganos, nos supermercados, sempre pedimos. Isso se torna uma rotina de quem escolhe a dieta”, finaliza.
Fonte: Portal O Dia

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