Nasci para ser livre, não para decorar suas bandejas, suas mesas e pratos no Natal ou em qualquer outra época do ano. Vim para enfeitar o mundo e cumprir meu papel no planeta. E em nenhum dos meus afazeres como animal está o de lhe servir forçosamente, lhe vestir, entreter ou alimentar. Poderíamos ser parceiros se soubesse como nos tratar. Se não de igual para igual, ao menos com respeito e empatia. Nasci para desfrutar de meus dons e habilidades conforme quis a natureza. Não para viver um inferno em suas mãos, ou nas mãos daqueles pagos por você para fazê-lo. Aproveite que seu coração fica mais sensível nesta época para pensar um pouco sobre isso. Tomo a liberdade de fazer alguns pedidos. Se for quem decide o cardápio, use sua generosidade e poupe-nos; se convidado, recuse todas as carnes – e se possível as outras bizarrices derivadas de nosso sofrimento – e diga por quê. Se for quem escolhe o passeio, qualquer um menos aqueles em que somos explorados. Ao comprar o presente, opte por alternativas sintéticas e livres de crueldade. Se pensar em um irmão meu, não em gaiola, jamais em aquário. Adote. E com responsabilidade, por favor. Ele ficará com o feliz presenteado por toda sua vida. Divirta-se com a família e amigos, aprecie os sabores sem morte, crie memórias felizes, deseje o bem, queira bem e estenda sua querência benevolente a todos nós também. Muito obrigado.