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Espécie protegida de lagarto moçambicano é vendida nos EUA

3 de setembro de 2013
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O biólogo e herpetólogo da Faculdade de Ciências Naturais da Universidade de Lúrio (UNILURIO) de Moçambique, Harith Farooq, disse que o lagarto da espécie Cordylus mossambicus predomina em áreas restritas do monte da Gorongosa, na província de Sofala, e das montanhas Chimanimani, em Manica, no centro de Moçambique.

“Esta espécie foi encontrada numa loja de animais nos Estados Unidos e com um nome falso para, naturalmente, fugir à fiscalização”, disse Harith Farooq, que é igualmente diretor adjunto da Faculdade de Ciências Naturais da UNILURIO, acrescentando que o animal estava a ser vendido por cerca de 50 dólares.

“Após conversar com o dono da loja, confirmou-se que efetivamente o lagarto tinha sido recolhido em Moçambique”, uma colaboração que, de resto, fez com que a equipa de investigadores não denunciasse o proprietário da loja às autoridades policiais, acrescentou.

Cordylus mossambicus, um lagarto endémico de Moçambique que pode atingir 28 cm, dispõe de escamas rígidas, e no caso dos machos apresentam um ventre cor de laranja vivo, fator de atração no mercado de animais.

Harith Farooq disse acreditar na existência de uma rede de recolha deste animal, que integra, pelo menos, “alguém que sabe o está a fazer” com Cordylus mossambicus, que é vendido no exterior.

Em nota enviada à Lusa, o especialista em répteis disse que “este não é um caso isolado, pois está a acontecer com diversas espécies de animais, alguns sendo eventualmente protegidos ou raros, recolhidos em Moçambique e vendidos no exterior”.

Segundo Farooq, o lagarto da espécie Cordylus mossambicus tem o estatuto de espécie protegida pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção (CITES).

O investigador da UNILURIO defendeu a necessidade de se reforçar a fiscalização em relação à exportação de espécies em Moçambique, para evitar a recolha descontrolada, o que pode causar a diminuição e extinção de algumas espécies no país.

Em breve, a Faculdade de Ciências Naturais da UNILURIO e o Museu de História Natural vão levar a cabo um projeto para proteção de espécies, que passa pela educação das comunidades e dos organismos que autorizam a saída dos animais.

*Esta notícia é original de Portugal e foi mantida em seus padrões linguísticos e ortográficos, em respeito a nossos leitores portugueses

Fonte: RTP Notícias

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