O baixo índice de oxigênio dissolvido nas águas do ribeirão do Enxofre, em Piracicaba (SP), de acordo com resultado parcial de exame feito pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), confirmou a suspeita de que uma alta carga orgânica de esgoto doméstico, somada a características climáticas e à cheia do rio por conta das chuvas, levou à mortandade registrada no manancial na semana passada e na tarde de terça-feira (12).
De acordo com o gerente interino da Cetesb, José Ferreira Assis, uma certa quantidade de esgoto, vinda de um córrego afluente localizado nas proximidades da Pauliceia, entra direto no Enxofre e torna sua situação ruim.
O Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto) foi acionado para verificar a situação e informou que no local existe esgoto despejado por moradias em área de risco, muito próximas ao córrego do Enxofre, impossibilitando a execução de rede coletora. “O Semae não faz rede de esgoto nem de água em área de risco. A autarquia aguarda a transferência dessas famílias para poder resolver o problema”, disse a assessoria de imprensa.
Por conta da cheia do rio Piracicaba, com alta vazão, a saída do córrego fica represada, o que pode ocasionar diminuição de oxigênio. “O Semae estuda a possibilidade de desviar esse esgoto represado no encontro do córrego do Enxofre com o rio Piracicaba.”
Na tarde da coleta, o nível de oxigênio dissolvido nesse córrego afluente era de 0,8 miligramas por litro, uma quantidade muito abaixo da média ideal de boa condição de vida aquática, que é de 5 mg/l. Para que haja mortandade, é necessário que esse índice seja menor que 1 mg/l.
Assis afirma que, com a construção da estação de tratamento de esgoto da Ponte do Caixão, esse esgoto será eliminado, deixando o córrego mais livre, já que a estação elevatória instalada nele está parada por falta de alternativa para encaminhar o esgoto. “Enquanto isso e somada ao calor e à cheia, corremos o risco de ter novas mortandades”, falou o gerente.
Fonte: Gazeta de Piracicaba