Segundo relatório do Instituto Biota de Conservação, entre 2020 até abril de 2021, mais de mil animais marinhos encalharam em Alagoas. Foram contados 1.020 encalhes, sendo este número em grande parte de casos com tartarugas marinhas (946 tartarugas marinhas). Animais como golfinhos (28 casos), aves marinhas (44 casos) e baleias também foram contabilizados.
Desde 2009, quando o órgão de preservação ambiental começou a atuar em Alagoas, o Biota registrou 224 encalhes de mamíferos aquáticos: 211 cetáceos (golfinhos e baleias), 10 sirênios (peixe-boi-marinho) e pinípedes (lobo-marinho-subantártico), além de milhares de tartarugas de diversas espécies.
O último caso de encalhe registrado pelo Biota aconteceu no final de julho. Uma tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) foi encontrada na Praia da Avenida, em Maceió. Era uma fêmea jovem, morta asfixiada devido rede de pesca enrolada no pescoço.
Encalhes
Os registros do Instituto de Conservação indicam uma maior quantidade de encalhes de animais marinhos em Maceió visto que a cidade faz parte de uma área mais urbanizada, e portanto, com um nível maior de ameaças aos animais advindas de atividades humanas. Além disso, a maior circulação de pessoas aumenta as chances de os animais encalhados serem encontrados.
Os cetáceos mais encalhados são, segundo o Biota, o boto-cinza (Sotalia guianensis), com 102 registros. Por ser uma espécie frequente na costa, há maiores chances de ser pescada ou sofrer colisões com embarcações, ou até de ser mais impactada pelos efeitos negativos da poluição.
Além do boto-cinza, as duas outras espécies mais comuns de sofrerem por ações antrópicas são o Golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus) e a Baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae), sendo a última mais comum entre os meses de julho a novembro, período de reprodução da espécie que ocorre na costa.