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SISTEMA DE DETECÇÃO

Entenda como funcionam satélites que monitoram desmatamento na Amazônia

Os dados diários de alertas de desmatamento diários reunidos pelo Inpe são encaminhados ao Ministério da Defesa, que analisa as áreas com maior ocorrência de alerta

19 de outubro de 2022
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Sobrevoo mostra desmatamento em área da floresta amazônica em Manaus, no Amazonas. — Foto: Reuters/Bruno Kelly/File Photo

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) conta com dois sistemas via satélite para monitorar e calcular as áreas de desmatamento na Amazônia Legal: o sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e o Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes). Tais sistemas utilizam imagens de satélites internacionais que observam a Terra.

Além dos dados oficiais do governo, o desmatamento do bioma também é medido por outros satélites, como é o caso dos que compõem o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), um instituto de pesquisa dedicado ao desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Dados do INPE

O Prodes foi criado em 1988 para realizar um inventário anual de perda de floresta amazônica. Ele utiliza imagens de três satélites, o Landsat-8 (da Nasa), o Sentinel-2 (da União Europeia) e o Cbers-4 (do Inpe, em parceria com a China).

Em 2004, o Inpe criou o Deter, que utiliza imagens do sensor WFI, que está a bordo do satélite Cbers-4. O Deter acompanha em tempo real o desmatamento e a degradação na Amazônia, emitindo diariamente alertas que mostram áreas totalmente desmatadas (corte raso) e áreas em processo de degradação florestal (provocada pela exploração de madeira, mineração, queimadas etc.).

Assim, o Prodes e o Deter monitoram via satélite a mesma região, a Amazônia Legal, e têm funções complementares, com o objetivo de produzir dados sobre as florestas o ano todo.

“Com o satélite Sentinel, temos imagens da Amazônia a cada cinco dias. Com o radar, a cada dois dias. Isso gera um volume absurdo de dados. Gerenciá-los é um grande desafio”, explica o coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia e Outros Biomas do Inpe, Claudio Almeida.

“O Inpe tem mais de 30 anos de experiência em monitoramento remoto da Amazônia”, afirma Claudio.

Ainda segundo o pesquisador, os dados diários de alertas de desmatamento diários reunidos pelo Inpe são encaminhados ao Ministério da Defesa, que analisa as áreas com maior ocorrência de alerta.

Os satélites que carregam câmaras do tipo radar, ao contrário dos satélites óticos, não dependem da luz solar para registrar as imagens do território, pois emitem seu próprio pulso, podendo captar imagens inclusive a noite. “Os radares permitem atravessar a nuvem e captar a imagem”.

Ainda de acordo com o coordenador do Instituto, contudo, “o monitoramento do Inpe trabalha com os dois, radar e ótico”.

Imazon

O sistema do Imazon detecta áreas desmatadas em imagens de satélites de toda a Amazônia Legal (região que corresponde a 59% do território brasileiro e que engloba a área de 9 estados – Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e uma parte do Maranhão).

Chamado de SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento), o programa foi desenvolvida pelo Imazon em 2008, para reportar mensalmente o ritmo da degradação florestal e do desmatamento na região.

Segundo o Imazon, os satélites usados são mais refinados que os dos sistemas do governo e são capazes de detectar áreas devastadas a partir de 1 hectare, enquanto os alertas do Inpe levam em conta áreas maiores que 3 hectares.

O SAD utiliza atualmente os satélites Landsat 7 e 8, da NASA, e Sentinel 1A, 1B, 2A e 2B, da Agência Espacial Européia (ESA). Ambos são de domínio público, ou seja: seus dados podem ser usados por qualquer pessoa ou instituição.

Combinando esses satélites, o sistema é capaz de enxergar a mesma área a cada 5 a 8 dias. Por isso, o sistema prioriza a análise de imagens adquiridas na última semana de cada mês.

Desse modo, caso uma área tenha sido degradada no início do mês e, depois, desmatada no final do mês, ela pode ser identificada como desmatamento no dado final.

Assim como o Deter, do Inpe, o calendário de monitoramento do SAD começa em agosto de um ano e termina em julho do ano seguinte por causa da menor frequência de nuvens na Amazônia. Os sistemas também são semelhantes porque servem como um alerta, mas não representam um dado oficial de desmatamento.

Fonte: G1

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