Nos últimos anos, a China tem enfrentado diversos problemas com a pecuária. Um dos cenários mais preocupantes no país está relacionado à gripe suína, associada principalmente à criação de porcos em sistema intensivo.
Atualmente, o país é o maior produtor e consumidor desse tipo de carne no mundo. Estima-se que, só em 2020, a China consumiu 86 toneladas de carne – equivalente a 30% da demanda global.
Por esse fatores, também é o maior interessado em proteínas alternativas para diminuir o panorama negativo e a emissões de gás carbônico. Sendo assim, a principal solução encontrada pelo governo chinês foi buscar formas de diversificar a produção e incentivar empresas na pesquisa de opções à carne convencional.
A carne cultivada
Neste mês de setembro, a startup chinesa CellX divulgou uma seleção de pratos à base de carne suína cultivados a partir de células. De acordo com o site Vegazeta, a empresa estima que até 2025 suas opções de carne cultivada já estarão disponíveis aos consumidores pelo preço da carne convencional.
“Há muitas pessoas querendo experimentá-la”, disse o fundador da CellX, Yang Ziliang, à Reuters. “Nosso objetivo é mudar a forma como a carne é produzida. Esse não é apenas um problema da China, é um problema global. Portanto, para alcançarmos nossa meta, precisamos ser uma empresa global.”
Ainda segundo Ziliang, a carne cultivada pode reduzir de forma significativa o impacto ambiental da criação de animais para consumo, e ao mesmo tempo em que evita problemas associados ao bem-estar animal e surgimento de doenças.
A CellX acrescenta que a carne cultivada é mais estável do que a convencional porque não é impactada pela escassez e volatilidade gerada por surtos como o da peste suína.
Pelo mundo
Essa nova estratégia também tem ganhado espaço fora das terras chinesas. Em 2020, Singapura se tornou pioneira da carne cultivada a partir de células de frango. No entanto, o produto ainda não está disponível na China, já que o país ainda não aprovou sua regulamentação.
Já o relatório da McKinsey, empresa líder mundial de consultoria empresarial, prevê que a carne cultivada pode se tornar uma realidade global ao alcance do consumidor a partir de 2030, conforme a indústria amplia sua produção e evolui em pesquisa e desenvolvimento (P&D).