Na segunda-feira, 3, e na terça-feira, 4, a temperatura média do globo terrestre foi de 17,01 graus Celsius e 17,18 graus respectivamente.
Os dados dos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos Estados Unidos representam um recorde absoluto de calor na superfície do planeta, que acaba de ser batido duas vezes seguidas no espaço de apenas algumas horas.
O recorde anterior havia sido de 16,92°C, em agosto de 2016.
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Segundo afirmou Valérie Masson Delmotte, paleoclimatologista e diretora de pesquisa da Comissão de Energia Alternativa e Energia Atômica do Senado francês à RFI, essa “é uma situação sem precedentes e criada pela influência humana sobre o clima que se intensificou, ou seja, pela forma como as nossas atividades perturbam o equilíbrio energético da Terra, ao produzirmos gases de efeito de estufa”.
Nós já tivemos o mês de junho mais quente de todos, um fenômeno que é marcado no Canadá por incêndios florestais severos, uma onda de calor sem precedentes no Atlântico Norte e uma redução da extensão da calota de gelo da Antártida, que ainda está sendo analisada.
Valérie Masson Delmotte, paleoclimatologista
As consequências de dias mais quentes
No Ártico, a temperatura média subiu 10ºC e derreteu uma camada de gelo em uma ilha na Groenlândia.
Imagens feitas por satélite da Ilha de Nares, no norte do país, entre os dias 29 de junho e 3 de julho mostram o derretimento de uma camada de neve teve em apenas 4 dias.
As regiões do sul dos Estados Unidos têm sofrido com uma onda de calor que já dura duas semanas, com sensações térmicas acima dos 40ºC. Ao menos 13 pessoas morreram no país, nos últimos dias devido às altas temperaturas.
Abaixo do país, no México, mais de 100 pessoas morreram entre 12 e 25 de junho devido ao calor extremo conforme informou o governo do país na última quinta-feira, 29.
Na China, uma onda persistente de calor continua a afetar o país, com temperaturas acima dos 35°C. No norte da África, os termômetros têm chegado perto dos 50°C.
Mesmo a Antártida, que está atualmente em seu período de frio, registrou temperaturas anormais e altas para esse período.
Por conta das altas temperaturas dos verões no Vietnã, produtores de arroz passaram a trabalhar à noite.
O aquecimento devido à influência humana teve a maior taxa registrada na última década. A isto, junta-se o fenômeno El Niño, que começou há algumas semanas e que levará a recordes de calor que irão se manter provavelmente por um ano.
Valérie Masson Delmotte, paleoclimatologista
De acordo com Federico Gomez Delgado, da Organização de Meteorologia para as Américas Central e do Norte: “Não há para onde fugir, no sentido de que as mudanças climáticas futuras dependem de nossas emissões de gases de efeito estufa daqui para frente“.
“Portanto, a mudança que está por vir depende muito das escolhas que fazemos e, em particular, das escolhas que permitam reduzir as emissões de gases de efeito de estufa”, diz.
(Com informações da RFI)
Fonte: ECOA