A organização Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (PETA) publicou em seu canal no YouTube um vídeo que mostra a treinadora Amber Cobb batendo em uma jovem égua de corrida em Nova Jersey, nos EUA.
O registro foi feito em uma fazenda onde o animal era mantido amarrado em uma baia. Impossibilitada de fugir, a égua cai de costas no chão e se debate, tentando escapar dos ataques. No vídeo é possível escutar a treinadora gritando e xingando o animal, a violência só termina após intervenção do jóquei Jaime Rodriguez que entra na baia para soltar a égua.
“Você deve achar que a licença de Cobb foi imediatamente e permanentemente revogada por suas ações, mas isso não aconteceu”, critica a PETA, que criou uma petição pedindo que a licença da treinadora seja revogada. A iniciativa recebeu mais de 42 mil assinaturas até esta sexta-feira (10).
A Comissão de Corrida de Puro Sangue de Delaware (DTRC) e a Comissão de Corrida de Cavalos do Estado da Pensilvânia a suspenderam por dois meses. “Essas comissões se manifestaram porque ela competia nesses estados”, informa a entidade.
Amber Cobb também foi obrigada a participar de algumas aulas de controle de raiva. “Essa punição não é compatível com o abuso e não é impedimento suficiente para evitar reincidência”, criticou a PETA.
“A agressão infligida à jovem égua é uma questão de crueldade que transcende uma simples violação de regras.”
A organização também diz que a treinadora tem um histórico de má conduta identificado a partir de 2018. “Uma ex-funcionária testemunhou em sua audiência na DTRC que Cobb puniu um cavalo o deixando sem comida por dias”.
O que aconteceu com a égua nos abre os olhos para inúmeros casos por trás do glamour das corridas, os animais são expostos como entretenimento algumas vezes em situações de extrema crueldade, com uma única serventia: entretenimento como no caso de um potro de quatro anos chamado Helwan que quebrou o osso da canela esquerda dianteira durante a corrida Jaipur Invitational em Belmont Park.
Ele estava correndo sob o efeito de Lasix, uma droga usada nos cavalos para melhorar o seu desempenho e que por incrível que pareça é uma prática comum no negócio das corridas de cavalos. Durante uma investigação sigilosa, o grupo PETA testemunhou treinadores de cavalos que dão para seus animais medicamentos para hipotireoidismo para acelerar seu metabolismo.
Além disso, o medicamento Lasix, também conhecido como Furosemida, é um diurético que diminui a irrigação de sangue nos pulmões dos cavalos durante o exercício intenso, o que lhes permite avançar com sessões de treinamento exaustivo e corridas. O Lasix também mascara outras drogas que podem estar no sistema sanguíneo dos cavalos, assim não faz parecer que eles foram alimentados com alguma coisa que faria com que a corrida fosse “injusta”, Lasix desidrata os cavalos e força-os a perder peso e, assim, podem correr mais rápido.
Helwan corria assim como os outros doze cavalos da corrida, esta foi a nona corrida dele, e depois da lesão em sua canela ele foi morto atrás de uma cortina na pista.