Facilitar o fluxo de informações sobre veganismo e direitos animais é a missão do ativista inglês Klaus Mitchell, fundador e apresentador do canal Plant Based News. Com um estilo irreverente e trazendo muita informação, Klaus é uma nova força na mídia vegana que cresce mundo a fora. Nessa entrevista exclusiva para o repórter Lobo Pasolini da ANDA, Klaus fala sobre o seu trabalho e opina sobre como fazer comunicação vegana com mais resultados.
ANDA: Por que você decidiu lançar o Plant Based News?
Klaus Mitchel: Eu decidi estabelecer o Plant Based News, que inicialmente iria se chamar Vegan News mas não foi possível, porque eu notei que haviam muitos canais sobre veganismo mas nenhum agregando a informação em um só lugar, trazendo notícias toda semana. Eu sabia que as pessoas estavam interessadas em assuntos e notícias veganas. mas eu pensei que elas poderiam estar sobrecarregadas pela quantidade de canais e websites que elas tem que assinar para receber toda a informação que queriam.
A: Qual a forma mais inteligente de promover veganismo e direitos animais?
KM: Eu não acho que haja apenas uma forma de promover direitos dos animais. São necessários métodos diferentes. Documentários, ação direta, protesto, ativismo vegano na internet, etc.
A: Mas você acha que o movimento comete erros em sua forma de atuação?
KM: Eu não gosto de criticar as formas como as pessoas promovem direitos animais, porque eu acho que tentar promover o veganismo e criar consciência já é muito bom. Porém, eu acho que os ativistas precisam se dar conta que consumir animais é uma coisa tão cultural que as pessoas fazem isso sem pensar nos animais. Educação e consciência são necessárias, antes de mais nada. É melhor do que apontar o dedo e culpar as pessoas.
A: A gente ouve com frequência que o Reino Unido é uma terra de pessoas que amam os animais? Você concorda com essa generalização?
KM: No Reino Unidos as pessoas dizem que amam os animais. Muitas famílias tem gatos e cães. É uma pena que muita gente não se dê conta que os animais que são tão oprimidos, como vacas e porcos, são igualmente inteligentes. Uma investigação recente da Viva mostrou que 97 por cento da carne de porco consumida vinha de porcos vivendo em lugares escuros, sujos, superlotados. As pessoas precisam acordar , especialmente se elas se consideram amigas dos animais.
A: Você poderia nos dar um retrato do movimentos pelos direitos animais no Reino Unido?
KM: O movimento pelos direitos animais está amadurecendo bem aqui. A cena vegana era muito diferente cinco anos atrás. Há mais pessoas jovens no movimento agora. Além disso, alguns anos atrás eu notei que muitas pessoas estavam desistindo de produtos animais por razões de saúde. Mas agora essas pessoas estão falando mais de direitos animais. Na cultura britânica, o veganismo por razões éticos é mais forte do que por motivações de saúde, e eu acho que isso é uma coisa boa. No entanto, eu acho importante notar que veganismo não é apenas ético – tem a ver com o meio ambiente também. E não se pode separar os benefícios de saúde disso. Todas as razões para se tornar vegano são relacionadas e não podem ser separadas umas das outras.
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