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Ecologistas australianos defendem proposta cruel de extermínio de cangurus

13 de setembro de 2017
3 min. de leitura
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Contrariando o que diz a ecologia – ciência que estuda as relações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente  – os especialistas da área tem oferecido aos australianos uma opção que, ao contrário do que eles dizem, não evitaria qualquer desastre ambiental, pelo contrário, poderia ampliá-lo ao gerar um desequilíbrio ecológico.

Além da questão ambiental, quando consideramos, como já citado, que a ecologia estuda a forma como os seres vivos se relacionam, notamos que tais profissionais que defendem o extermínio dos cangurus deixaram de apenas observar o comportamento animal como forma de efetivamente proteger a natureza e passaram a interferir negativamente na vida selvagem.

Proposta cruel e controversa de ecologistas estimula o extermínio de cangurus (Foto: Pixabay)

Os australianos, por sua vez, não têm aceitado a ideia de matar e consumir o canguru, símbolo nacional da Austrália. Outro motivo que faz com que opiniões contrárias à proposta dos ecologistas venham à tona é o argumento de que os cangurus são amigos do meio ambiente, já que produzem menos metano do que outros animais.

Os ecologistas defendem que o número de cangurus no país está insustentável, desconsiderando o fato de que retirar animais do habitat natural pode causar um desequilíbrio ecológico que leva à reações em cadeia que repercutem diretamente no funcionamento do ecossistema. Além disso, é ainda mais controverso que ecologistas, profissionais de uma área que diz defender a fauna silvestre, apoiem o extermínio covarde de cangurus, desrespeitando o pressuposto de que qualquer animal deve ser considerado como um sujeito de direito tendo, em primeiro lugar, sua vida preservada.

A população de cangurus, em 2016, era de 45 milhões, mais que o dobro da população da Austrália. Em 2010, o número era de 27 milhões, segundo informações da BBC. O aumento do número tem relação com os verões chuvosos, que colaboram para a produção generosa de alimentos. Especialistas admitem que milhões de cangurus podem não resistir a um verão mais seco.

“Não é culpa dos cangurus que sejam superabundantes”, explicou à ABC David Paton, professor da Universidade de Adelaide. “Nós é que estamos demasiado relutantes”, admitiu, afirmando que acredita que a solução é a remoção dos cangurus do “sistema” de forma humana para prevenir eventuais danos ambientais supostamente causados pela espécie ao consumir a relva.

Apesar de não apoiar a crueldade de se matar os cangurus, a proposta de retirá-los de seus habitats naturais também não é uma escolha correta quando levamos em consideração que a terra não pertence apenas ao homem, mas também aos animais que, inclusive, chegaram nela antes. Sendo assim, a melhor opção é a busca de meios que permitam que homem e animal convivam no mesmo ambiente, sem que a fauna silvestre seja destruída.

Cangurus tem o direito à permanecerem vivos em seu habitat natural – sem que o aumento populacional seja utilizado de forma cruel como justificativa para matá-los – assim como humanos vivem suas vidas sem que a sociedade os expulse ou mate por povoarem determinada região, independentemente dos estragos ambientais que causem a ela.

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