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"É um momento de muita dor e revolta", diz tutora de cachorro morto por PM na Bahia

18 de junho de 2015
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Advogada nega que animal tenha feito xixi na grama da casa do PM Reprodução/Facebook
Advogada nega que animal tenha feito xixi na grama da casa do PM
Reprodução/Facebook

A advogada Bruna Holtz, de 26 anos, tutora do cachorro morto por um tenente da Polícia Militar em Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia, afirmou que está passando por um momento muito difícil. Em uma rede social, a mulher desabafou e agradeceu o carinho que está recebendo após todo o episódio.
“Realmente é um momento de muita dor e revolta. Meu cachorro era um amor. Um animal dócil e inofensivo. Está muito difícil o momento que estou passando. Existem horas que me sinto forte, persistente com os meus objetivos, mas em muitos momentos me deparo com um desespero incontrolável no meu coração. Choro tanto que o meu peito arde de tanta dor. Eu amo os meus filhos. Sim, eles são os meus filhos”.
Bruna disse que não conseguia entender o motivo que levou o PM a atirar contra seu animal. Ela negou que o cachorro da raça buldogue, Apollo, tenha feito xixi na grama da casa do tenente Wilson Santos e afirmou que apenas passou perto do jardim dele.
“Não consigo entender que isso seja um comportamento de uma pessoa normal. Procuro razões, procuro respostas, mas não encontro”.
No momento em que ocorreu o crime, a advogada passeava com Apollo e Bella, um Golden Retriever, pelo condomínio. Ela contou que o tenente tentou matá-la e que disparou a arma várias vezes em sua direção. Bruna disse que após atirar contra o cachorro, o PM foi atrás dela e só não prosseguiu com a perseguição porque ela conseguiu pular o muro com o outro animal. Como não a encontrou, ele volta e executou Apollo. O outro animal levou dois tiros de raspão e a pólvora a feriu, mas está sendo medicada e passa bem.
“Por várias vezes ele repetia que ia matar todo mundo. Ele não me acertou porque eu consegui ser mais ágil que ele, mas na verdade a intenção existiu! E ele só não prosseguiu por circunstâncias alheias à sua vontade. Independente de ele ser treinado pela polícia, ele pode sim errar o tiro! Uma coisa não justifica a outra”.
A advogada afirmou que a confusão com o PM começou no dia anterior ao que ocorreu o crime, quando Bella cheirou a grama da casa dele. Bruna afirmou que chegou do passeio e encontrou uma carta do tenente colocada por debaixo da porta a ameaçando. Ele disse que, caso os animais invadissem o seu jardim e “cavasse”, não responderia pelos seus atos. Bruna disse que tentou resolver o problema indo conversar e ele chutou a porta em sua cara.
“Imediatamente fui falar com a síndica ao qual me aconselhou a não mexer com ele por se tratar de uma pessoa problemática e perigosa. Confesso que estou em estado de choque e perplexa com tamanha brutalidade”.
O crime ocorreu no último sábado (13), quando Bruna passeava com os animais no condomínio em que ambos moram. As câmeras de segurança registraram todo o ocorrido e mostra o PM atirando contra o cachorro. Em nota, a PM (Polícia Militar) informou que já foi instaurado um inquérito de sindicância para apurar o fato. Além disso, o policial suspeito foi afastado das suas funções e pode ser expulso da corporação.
Conforme a PM, a apuração inicial irá resultar na instauração de um PDS (Processo Disciplinar Sumário) ou PAD (Processo Administrativo Disciplinar), sendo que esse último pode implicar na expulsão do oficial do quadro funcional da Polícia Militar.
Fonte: R7

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