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Dez atitudes que ferem os sentimentos dos cachorros

Algumas atitudes dos humanos ferem os sentimentos dos cachorros. Descubra quais são e evite repetir em casa com seus animais domésticos

18 de janeiro de 2025
Cães Online
12 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Todo tutor quer o melhor para os seus melhores amigos de quatro patas, mas mesmo assim algumas atitudes podem ferir o sentimentos dos cachorros. Sem perceber, muitas vezes adotamos algumas atitudes que contrariam os cães e podem até mesmo prejudicar a saúde, potencializando quadros de ansiedade, depressão e estresse.

A ciência já demonstrou que os cachorros são capazes de vivenciar e expressar algumas emoções e sensações básicas. Os peludos sentem medo, raiva, alegria e tristeza, por exemplo, assim como nós e praticamente todos os animais – de peixes a mamíferos.

Fizemos um levantamento em publicações especializadas no comportamento dos cachorros e descobrimos que muitas situações cotidianas os afetam negativamente, além das apresentadas na rede social. Confira a seguir o que pode ferir os sentimentos dos peludos com quem dividimos a casa e a vida.

1) Apressar os cachorros nas caminhadas diárias

As caminhadas diárias são fundamentais não apenas para o desenvolvimento e bem-estar físico dos cachorros, mas também para o adestramento e a socialização dos peludos com pessoas desconhecidas e outros animais.

O momento do passeio é especial. É um tempinho reservado para a dupla e ajuda a fortalecer os vínculos entre os cachorros e os tutores. Também contribui para reduzir quadros de ansiedade e reduz características como dominância e territorialidade.

Muitos tutores, no entanto, esquecem que a caminhada pode ser, para o cachorro, o melhor momento do dia. É durante o passeio que eles podem explorar novos ambientes (mesmo quando são exatamente os mesmos todos os dias), identificar rastros com o faro e a audição, etc.

As ruas quase nunca oferecem novidades para nós, mas são repletas de odores, ruídos e até mesmo imagens para os peludos. Quando eles se atrasam um pouquinho investigando um poste ou tronco de árvore, há motivos de sobra para isso: eles precisam saber quem passou por ali anteriormente, se era amigo ou inimigo, se estava doente ou passava bem de saúde, se eventualmente um parceiro para o acasalamento.

Ao puxar a guia e seguir em frente, nós privamos os cachorros de todas estas descobertas. Eles não conseguem entender por que precisam continuar caminhando, quando há tanta coisa a ser explorada, e ficam frustrados com a atitude do tutor. Os sentimentos gerados são uma mistura de raiva e frustração.

Isto não significa que os cachorros devam conduzir o passeio. É o tutor quem traça o roteiro, determina o ritmo, a cadência e a velocidade, etc. Os peludos querem apenas alguns instantes para avaliar o território. Não custa perder alguns minutos para satisfazê-los.

2) Forçar os cachorros a enfrentar situações desconfortáveis

Uma situação bastante frequente é expor os cachorros ao ar livre quando um temporal está se aproximando. Muitas vezes, os tutores fazem isso apenas para mostrar que não existe motivo para medo e preocupação, mas, na mente canina, trovões e relâmpagos quase sempre anunciam tragédias.

Tempestades e ventanias não são boas ocasiões para ficar ao ar livre. Os cachorros não conhecem os mecanismos dos para-raios e, desta forma, imaginam estar correndo riscos iminentes. Há motivo de sobra para ficar com medo.

A dessensibilização é uma técnica psicológica que consiste em expor alguém a um medo sem motivo (geralmente, é usada no tratamento de fobias). Mas esta exposição ocorre em um ambiente controlado e o terapeuta informa todos os detalhes do experimento.

Não é isso que ocorre quando se deixa um cachorro no quintal, ao sabor da chuva e do vento, mesmo que seja apenas por alguns segundos, para se divertir com a expressão apavorada do peludo. Eles experimentam pavores reais, muito bem justificados. A situação gera medo e raiva.

Antes de adotar um cachorro, é importante planejar as novas despesas. Um peludo onera o orçamento doméstico com rações, petiscos, artigos de higiene, roupas e acessórios, brinquedos e despesas médicas: consultas, exames, vacinas, suplementos e medicamentos.

Se as receitas não são suficientes, é melhor deixar para receber o peludo em casa em outro momento. Vale lembrar, no entanto, que existem planos de saúde para pets bastante acessíveis e algumas cidades brasileiras são equipadas com hospitais veterinários gratuitos.

Como já foi dito, os cachorros são muito resistentes e quando demonstram sintomas as doenças já podem estar avançadas. Por isso, check-ups preventivos são fundamentais para garantir a saúde, o bem-estar e a alegria dos companheiros. Alguns quadros crônicos são acompanhados por reações emocionais de tristeza, irritação e agressividade.

10) Tratar os cachorros como brinquedo

Isto geralmente acontece com os cães de pequeno porte. Os tutores insistem em tratá-los como bebês humanos, exageram nas roupas e acessórios e evitam que os peludos corram e brinquem livremente, “para não se machucarem”.

Curiosamente, os cães pequenos tiveram o porte reduzido para caçar roedores e outras pragas de hortas, jardins e até galerias de minas com mais eficiência. Imagine: um cachorro foi desenvolvido para caçar ratos em minas de carvão e, apenas um século depois da seleção dos melhores genes associados à predação e perseguição, os descendentes se tornam cães de colo.

Tratados desta maneira, os cachorros não ficam apenas frustrados e chateados. Eles podem desenvolver alguns transtornos psicológicos que determinam limitações emocionais e físicas. Mais do que isso, um cachorro saudável e ativo, impedido de brincar e explorar, se torna triste, chateado e entediado.

Cachorros não são bibelôs, enfeites nem brinquedos. Quem quer exibir uma fofurinhas no colo, com a pelagem impecavelmente escovada (sem um fio sequer fora do lugar) deve considerar a possibilidade de adotar um bicho de pelúcia. Os cachorros nasceram para se divertir.

Mudando os hábitos

Felizmente, os cachorros não guardam rancor: eles não ficam magoados por muito tempo e mesmo aqueles submetidos a maus tratos e negligência conseguem recuperar o equilíbrio emocional e a boa saúde física em pouquíssimo tempo, se forem oferecidas as condições adequadas.

Sabendo o que exatamente pode ferir os sentimentos dos cachorros, todos os tutores podem corrigir atitudes inconsistentes ou até mesmo nocivas para a qualidade de vida e o bem-estar dos animais. Com um pouco de esforço, eles voltam a se mostrar alegres e confiantes. Talvez os humanos possam aprender uma ou duas coisas com a capacidade dos peludos de superar as experiências ruins.

Fonte: Cães Online

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