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HISTÓRICO

Desova da tartaruga-verde bate recorde em Fernando de Noronha

A temporada 2024/2025 entrou para a história antes mesmo de acabar

19 de junho de 2025
3 min. de leitura
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Filhote de tartaruga-verde. Foto: Thomas Fuhrmann/Wikimedia Commons

Fernando de Noronha está em festa graças à temporada de desova da tartaruga-verde (Chelonia mydas). Dados referentes ao início de maio confirmam um novo recorde no arquipélago: são 772 ninhos.

Os recordes anteriores eram referentes às temporadas de 2022/2023 e 2016/2017, que contabilizaram 430 e 420 ninhos, respectivamente. Ou seja, o aumento é realmente significativo. E mais: as desovas se encerram agora, no mês de junho, o que significa que a soma total será ainda maior. Tais informações foram divulgadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

“Quando comparamos a atual temporada com as primeiras, na década de 1980, observamos um aumento multiplicativo de cerca de 20 vezes. É uma tendência promissora, que também já foi documentada em outros locais de reprodução da espécie pelo mundo”, diz Claudio Bellini, analista ambiental do Centro Tamar/ICMBio.

Os pesquisadores não sabem ao certo quantas tartarugas habitavam o arquipélago antes da ocupação da ilha principal, mas garantem que o número já foi muito maior do que o atual. “Não temos dados sobre o tamanho da população original de fêmeas matrizes antes do descobrimento do arquipélago, o que dificulta uma análise mais precisa do impacto da proteção”, explica Bellini.

Ligada ao ICMBio, a Fundação Projeto Tamar é a principal entidade de preservação de tartarugas marinhas no Brasil. Iniciou seu trabalho em Noronha no ano de 1984 e conta com um centro de visitantes desde 1996.

“A Fundação nasceu com a missão de recuperar as populações de tartarugas marinhas no Brasil. Agora, vemos os frutos desse trabalho”, comemora Rafaely Ventura, coordenadora do projeto em Fernando de Noronha. “Hoje, temos um número muito mais expressivo, resultado de um esforço contínuo, feito com amor e compromisso com a biodiversidade”, acrescenta.

Uma recente pesquisa global, conduzida pela União Internacional para a Conservação da Natureza, trouxe boas notícias a respeito da conservação de tartarugas marinhas ao redor do mundo. Um levantamento reuniu dados de 150 entidades ambientais (incluindo o Tamar) que observam diferentes grupos populacionais de tartarugas. A conclusão é de 40% dos grupos observados são tidos como pouco ameaçados atualmente. No início da década passada, eram 23%.

Fonte: Revista Galileu

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