Autoridades da União Europeia alertaram nesta quinta-feira, 22, que a Europa sofre um risco crescente de doenças virais transmitidas por mosquitos, como dengue e chikungunya, devido às mudanças climática.
O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) disse que o aquecimento global, que provoca fenômenos extremos e exponencialmente frequentes como ondas de calor e inundações, além de verões mais longos e quentes, está produzindo um ambiente favorável “para espécies de mosquitos invasores, como o Aedes albopictus e Aedes aegypti“.
Um relatório da agência, com sede em Estocolmo, informou que a espécie Aedes albopictus, vetor conhecido dos vírus chikungunya e dengue, está se estabelecendo ao norte e ao oeste da Europa. O outro mosquito, o Aedes aegypti, conhecido por transmitir dengue, febre amarela, chikungunya, zika e vírus do Nilo Ocidental, se consolidou no Chipre desde 2022 e pode se espalhar para outros países europeus.
Há uma década, só havia registro do Aedes albopictus em oito países europeus, com 114 regiões afetadas. Em 2023, o mosquito está estabelecido em 13 países e 337 regiões, segundo o ECDC.
“Se isso continuar, podemos esperar mais casos e possivelmente mortes por doenças como dengue, chikungunya e febre do Nilo Ocidental”, disse Andrea Ammon, diretor da agência europeia de controle de doenças. “Precisamos concentrar esforços em maneiras de controlar as populações de mosquitos, aprimorando a vigilância e aplicando medidas de proteção individual”, acrescentou.
Roteiro bem conhecido pelos brasileiros, a agência detalhou que controlar as populações de mosquitos significa, em primeiro lugar, eliminar fontes de água parada, onde os mosquitos se reproduzem. O ECDC também recomendou o uso de mosquiteiros ou telas protetoras em janelas, bem como de repelente de mosquitos, para os europeus se protegerem.
Embora cerca de 80% das infecções por dengue sejam leves, os casos graves da doença transmitida pelo mosquito podem levar a hemorragia interna, danos aos órgãos e morte. Por enquanto, não existe um tratamento específico para a doença no continente europeu, mas uma nova vacina contra a dengue estará disponível no Brasil a partir da semana que vem, segundo a Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC). A Qdenga (TAK-003), do laboratório japonês Takeda Pharma, é o primeiro imunizante do tipo liberado no país.
A febre chikungunya, por sua vez, foi identificada pela primeira vez na África, em 1953. Debilitante, causa fortes dores nas articulações, mas raramente é fatal. Não há vacina e é tratada principalmente com analgésicos.
Os sintomas da febre do Nilo Ocidental podem incluir dor de cabeça, febre, dores musculares e articulares, náuseas e fadiga. As pessoas com febre do Nilo Ocidental geralmente se recuperam por conta própria, embora os sintomas possam durar de semanas a meses.
Fonte: Veja