Neste sábado (22) em Villavivencio, Colômbia, quando se comemora o dia mundial da biodiversidade, o empresário das camisas polo Michel Lacoste deixa-se fotografar tendo às mãos um filhote de 20 centímetros. Trata-se de um bebê crocodilo do Orinoco (Colômbia), uma espécie ameaçada de extinção, e que talvez, agora, deva sua sobrevivência em liberdade a uma operação de marketing.
No começo de maio, o empresário do setor têxtil, filho do fundador da famosa marca do crocodilo, viajou para conhecer o réptil, criado em cativeiro na Colômbia, um dos 10 países do mundo com maior biodiversidade.
O crocodilo do Orinoco – bacia do rio do mesmo nome que atravessa a Venezuela e a Colômbia – é uma espécie símbolo deste país, presente no cancioneiro popular dos “llanos” do leste da cordilheira dos Andes.
O impressionante tamanho deste carnívoro com 68 dentes, pele cinzenta ou amarelada – podendo medir até sete metros – somado a seu caráter impressiona. Sua sobrevivência é considerada indispensável.
“Lidera a cadeia tópica do ecossistema do rio Orinoco e seus afluentes, explica Willington Martínez, especialista no réptil: “o maior predador” regula, no entanto, a abundância de muitas espécies, especialmente de anfíbios e caimãs menores. “Quando está nos rios há mais peixe”.
No começo dos anos 1960, eram apreciados por sua pele suave, para a confecção de peças artesanais, mas a situação começa a mudar pouco a pouco, depois de anos de caça intensiva, proibida em 1968, e de desmatamento.
Desde o começo da década de 1990 dez casais procriaram em cativeiro 500 espécimes que a estação Roberto Franco tentará reintroduzir em seu hábitat natural, uma ocasião perfeita aproveitada por “Save your logo”, fundo para a biodiversidade criado na França e que propõe às grandes marcas comprometer-se com o animal presente no ‘logo’ de sua empresa.
Lacoste foi o primeiro a ser seduzido por Save your Logo, financiando com 150.000 euros um censo sobre a presença dos crocodilos no Orinoco.
“O crocodilo (…) era o apelido de meu pai quando jogava tênis, pelo que se não pudermos devolver à espécie tudo o que conquistou para nós seria uma pena; vamos, então, aproveitar a oportunidade”, declarou Michel Lacoste à AFP.
Segundo Lacoste, não se trata, apenas, de usar a disposição como “suporte de comunicação” da marca, mas de “responsabilidade cidadã”.
Fonte: UOL
Nota da Redação: Vivemos em momento de mundo onde nossas opções de roupas éticas são cada vez mais numerosas e melhores. Por quê insistir em tamanha crueldade, como o fazem alçguns estilisats e marcas? Lacoste é uma marca internacional altamente reconhecida não só na classe alta, sua postura ao aderir ao “Save your Logo” agregou à marca consciência. Essa ação deve ser tomada como exemplo por toda a indústria da moda. Importante ressaltar também que nós, público consumidor, temos grande poder de ditar os rumos do mercado. Não compre produtos vindos de animais, boicote estas empresas.