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Fazendeiro denuncia hipocrisia de empresa figorífica

10 de dezembro de 2014
3 min. de leitura
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(da Redação)

As aves também estão sendo produzidas para ter peitos enormes e muitas vezes acabam pesadas demais The New York Times/Reprodução
As aves também estão sendo produzidas para ter peitos enormes e muitas vezes acabam pesadas demais
The New York Times/Reprodução

A forma como as aves da empresa norte-americana Perdue são criadas viraram polêmica na última semana e trouxeram à tona a triste realidade sobre animais confinados e mortos para a indústria frigorífica. O pontapé inicial da discussão foi o presidente da empresa, em um vídeo promocional, ter informado que tratava animais de forma humanitária e livre de maus-tratos. “Fazer a coisa certa significa tratar as galinhas com consideração”, diz Jim Perdue na gravação. Inconformado, o fazendeiro Craig Watts, de 48 anos, que cria os frangos para a companhia e sabe que a realidade é outra decidiu trazer as informações a público e denunciar a hipocrisia da empresa. As informações são do portal R7 e do Estadão.

Para agravar a situação, os frangos da empresa vendidos nos supermercados dos Estados Unidos ainda têm um selo de aprovação do Departamento de Agricultura que informava que as aves eram criadas fora das gaiolas sem maus-tratos, este removido devido a reclamação dos consumidores. As informações sobre o caso estão na reportagem do jornalista Nicholas Kristof, do jornal norte-americano The New York Times.

Para mostrar a realidade, o fazendeiro Craig Watts abriu quatro galpões, onde são criados as galinhas que serão mortas para o comércio, e ainda chamou um grupo que trabalha para o bem-estar animal — Compassion in World Farming — para documentar a situação das aves. A instituição fez um vídeo.


Fazendeiro denuncia maus-tratos de galinhas por thevideos11

Nas imagens é possível ver que as barrigas de quase todas as galinhas não têm penas e estão irritadas e vermelhas. Pintinhos são cruelmente descartados. As aves também estão sendo produzidas para ter peitos enormes e muitas vezes acabam pesadas demais para as pernas, algumas não conseguem se locomover e enquanto agonizam no chão da granja são pisoteadas por outras aves que tentam se movimentar num espaço de 0,05m² por animal.

O fazendeiro ligou para a Perdue, o porta-voz da empresa, Julie DeYoung, sugeriu que o galinheiro estava mal administrado. Mas Craig falou que a família é proprietária da fazenda desde 1700 e que seguem meticulosamente as exigências da companhia, sendo a superprodução a qualquer custo o lema da empresa.

Para o fazendeiro, a empresa percebeu que os consumidores estavam preocupados com o bem-estar animal e a segurança alimentar e decidiu enganar o público. A Perdue respondeu a um processo e concordou em remover o selo do “livre de maus-tratos”, mesmo negando a ilegalidade.

A realidade denunciada por Craig é conhecida e combatida por ativistas dos direitos animais há anos. Os contornos que o assunto ganhou na mídia mostram um novo nível de consciência sobre a exploração animal para o bel prazer humano. Espera-se que a denúncia não sirva para “minimizar o sofrendo das vítimas” – algo impossível quando o destino é a morte – mas sim para abolir o massacre de animais para o consumo humano de forma definitiva o quanto antes.

 

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