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BROTAS (SP)

Laudo final de perícia não descarta fazendeiro ter enterrado búfalas vivas

31 de janeiro de 2022
2 min. de leitura
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Foto: @bufalas_de_brotas

O laudo final da perícia não descarta a possibilidade de o fazendeiro Luiz Augusto Pinheiro de Souza, preso na quinta-feira (27), acusado de cometer crimes de maus-tratos contra mil búfalas, em Brotas (SP), ter enterrado os animais vivos. O relatório da Polícia Civil compara ainda o episódio a filmes de guerra, “com soldados feridos e mortos por todo o campo de batalha”. O documento foi divulgado pelo “Fantástico”, da TV Globo.

“Isso me chocou bastante pela quantidade de animais envolvidos e também porque, em um ano, eles passaram por três períodos de fome. Então, assim, foi uma sequência de crueldade. Não foi uma coisa esporádica que ele fez. Ele realmente foi matando esses animais aos poucos.” Erika Zolcsak de Souza, perita técnica, em entrevista ao ‘Fantástico’.

O fazendeiro nega a acusação. “Não, imagina. Búfala vale R$ 3 mil, cada uma. Quem vai enterrá-la viva? Búfala é dinheiro”, disse ele, no dia que foi abordado e preso pelos policiais em São Vicente, no litoral de São Paulo.

O caso das búfalas teve início no dia 6 de novembro de 2021. Na época, Luiz, que é proprietário da fazenda São Água Sumida, foi multado em mais de R$ 2 milhões e chegou a ser preso, mas foi libertado após pagar fiança. Com a repercussão do caso, ativistas e ONGs de defesa animal se mobilizaram para cuidar e tratar dos animais.

Em dezembro, o MP (Ministério Público) denunciou o dono da fazenda por crime de maus-tratos contra 991 bubalinos e cavalos vivos, além de 137 animais encontrados mortos. Ele também foi denunciado por ameaça, falsidade ideológica e falsificação de documentos. A promotoria pediu sua prisão preventiva, que não chegou a ser decretada pelo juízo local, mas, na época, havia sido determinada pelo TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo).

O fazendeiro de 61 anos finalmente foi preso preventivamente na quinta-feira por agentes do DOPE (Departamento de Operações Policiais Estratégicas) da Polícia Civil, após um período foragido. Luiz Augusto tinha alugado um imóvel na cidade desde dezembro de 2021, em nome de um terceiro.

Injustamente [a decretação da prisão]. Nós já entramos com recurso, já entramos com recurso. Vai sair o recurso já, já. Se eu fosse me apresentar, eu seria preso. Vocês vão ver que isso não vai dar em nada. Luiz Augusto, sempre cabisbaixo e escondendo o rosto

Sobre o laudo que atesta os maus-tratos com pelo menos 667 animais em um ano, o fazendeiro disse considerá-lo “totalmente unilateral e imparcial”.

“Esse laudo não comprova nada. É unilateral. Totalmente unilateral. Nós estamos fazendo a nossa defesa. Totalmente [o Ministério Público e a polícia estão errados]. É totalmente imparcial, unilateral. A nossa defesa vem já já”, afirmou.

Fonte: UOL

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