A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) prevê queda de 20% na demanda por carne no Brasil em consequência do efeito coronavírus.
Diminuição do volume de animais mortos
A recomendação feita pela associação aos frigoríficos é diminuir a matança de animais e se adequar à redução na demanda. Segundo a Abrafrigo, em decorrência da atual situação, frigoríficos de pequeno e médio porte já estão se limitando a escalas de até uma semana em vez de 20 a 30 dias, como costuma ocorrer em situações normais.
“Há uma incerteza muito grande. Então, os frigoríficos têm que se precaver”, disse Péricles Salazar, presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), à revista Globo Rural, acrescentando que não sabem o que vai acontecer com o preço da carne.
Suspensão de atividades em algumas unidades
Há alguns dias, a JBS e a Marfrig anunciaram suspensão de atividades em seis unidades de processamento de carne. A Minerva Foods também paralisou atividades em quatro plantas com previsão de retorno após 15 dias.
No entanto, no início da semana, funcionários do frigorífico da JBS, na saída para Sidrolândia, em Campo Grande (MS), e temendo a proliferação do coronavírus, denunciaram aglomeração, tanto no local de trabalho quanto no transporte para a unidade industrial, de acordo com informações do Campo Grande News.
Funcionários de frigoríficos contraem covid-19
No Brasil, ainda não há casos conhecidos, mas nos Estados Unidos alguns funcionários de frigoríficos já contraíram a covid-19. Na última segunda-feira (23), um trabalhador da Sanderson Farms, uma gigante do ramo avícola, foi diagnosticado com a doença, segundo informações do Straits Times desta sexta-feira (27). Além dele, mais seis funcionários foram colocados em quarentena.
A situação é a mesma na Smithfield Foods, maior indústria de carne suína do mundo que teve um caso confirmado no frigorífico de Sioux Falls, na Dakota do Sul. A previsão é de que mais trabalhadores da cadeia de produção de carne possam ter contraído a covid-19.
Ativistas denunciaram situação na indústria de carne suína
Em 2018, a realidade da produção de carne de porco na Smithfield ganhou visibilidade internacional quando a rede em defesa dos direitos animais Direct Action Everywhere (DxE), denunciou por meio de vídeo as condições em que viviam os animais que seriam mortos para consumo nas instalações da empresa.
No mesmo ano, a Smithfield Foods teve de fechar um de seus parques industriais após ser multada em 473,5 milhões de dólares por despejar lixo tóxico em lagoas a céu aberto, além de descartar material fecal em áreas impróprias.