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DESDOBRAMENTO DAS DECISÕES DA COP28

COP28 evidencia por que precisamos falar de pontos de ruptura da natureza

Especialista da TNC Brasil analisa em artigo o que o documento final da conferência climática realizada em Dubai revela sobre as prioridades no enfrentamento à emergência climática

20 de dezembro de 2023
Edenise Garcia*
8 min. de leitura
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Foto: Felipe Werneck | Ibama

Acabamos de sair de mais uma conferência do clima das Nações Unidas, a COP28, realizada em Dubai. No texto final da conferência, o grande avanço foi a menção da necessidade de transição para o fim do uso de combustíveis fósseis, responsáveis por 75% das emissões globais de gases de efeito estufa. No entanto, palavras apenas não bastam.

Sobretudo num momento em que a população do mundo todo sofre com um aumento sem precedentes na frequência de eventos climáticos extremos e que os riscos de atingirmos pontos de ruptura ou de não retorno (tipping points, em inglês) de sistemas naturais são cada vez mais reais.

Os pontos de não retorno ocorrem quando pressões ambientais, climáticas ou não, levam a mudanças abruptas e/ou irreversíveis de sistemas naturais — oceanos, circulação atmosférica, criosfera (regiões permanentemente cobertas por neve ou gelo), ecossistemas.

A ruptura nesses sistemas maiores afeta sistemas socioecológicos, que, por sua vez, deixam de amortecer riscos e de exercer as funções esperadas. Múltiplos fatores, interações e ciclos de retroalimentação dificultam a avaliação dos limites de ruptura.

Assim, embora alguns cientistas permaneçam cautelosos quanto a projeções de efeitos mais específicos, poucos duvidam de que os riscos de rupturas causadas pelas mudanças climáticas sejam reais e de que devemos intensificar nossos esforços de mitigação e adaptação.

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