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Convulsão em cães: cuidados durante e após as crises evitam graves consequências para o animal

14 de agosto de 2016
3 min. de leitura
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Divulgação
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Muitos tutores nem imaginam, mas os cães também podem apresentar crises de convulsão. Associada às doenças no cérebro, como inflamações, infecções ou tumores que se desenvolvem neste local, a principal característica da convulsão são as contrações musculares involuntárias de todo o corpo e de todos os grupos musculares, mas também pode se manifestar com a perda de consciência ou, até mesmo, comportamentos estranhos.

“É normal os tutores notarem atitudes alteradas do animal em relação ao ambiente, por exemplo, ele aparentar não estar prestando atenção ao local e nem respondendo aos estímulos ambientais ao mesmo tempo em que apresenta contrações musculares bem evidentes”, explica Luis Augusto Sansoni, médico veterinário neurologista do Hospital Veterinário Pet Care. Segundo o especialista, as crises de convulsão também podem ser idiopáticas, conhecidas como epilepsia primária, ou ainda consequência de intoxicações, traumas ou hipoglicemia grave.

Tipos de convulsões

Existem vários tipos de convulsões e as mais comuns são as tônico-clônicas ou generalizadas, e as focais, que geralmente envolvem os músculos da mastigação. “Ocasionalmente, ocorrem as crises atônicas, em que o animal simplesmente perde a consciência e a força muscular por um curto período de tempo”, afirma o especialista. Crises psicomotoras e psicóticas, onde há apenas uma alteração de comportamento, também podem ser observadas pelos tutores. Dentro das crises convulsivas generalizadas, o animal pode defecar urinar, e até mesmo chorar e gritar.

Algumas raças têm maior predisposição a apresentar epilepsia idiopática, principalmente pelo fato de existir uma certa hereditariedade na doença, como o Beagle e o Setter Irlandês. Outros animais têm maior predisposição às doenças inflamatórias do encéfalo, que também levam à crises de convulsão, dentre eles o Yorkshire, Maltês e Lhasa Apso. Raças como Boxer e Golden Retriever possuem mais predisposição ao desenvolvimento de tumor cerebral.

Primeiros socorros

A maioria das crises convulsivas não passa de dois minutos, mas as 24 horas após o primeiro episódio são as mais críticas. Por isso, o animal deve ser levado ao médico veterinário imediatamente para evitar que uma segunda crise aconteça. “É importante que os tutores esperem a convulsão cessar dentro desses dois minutos, para que não haja nenhum tipo de trauma para eles ou para o animal durante a locomoção,” explica.

Em situações como esta, os tutores devem manter o animal deitado de lado, preferencialmente em um local acolchoado, evitando beiradas e locais altos. Além disso, nunca deve-se colocar a mão ou objetos dentro da boca do animal doméstico, pois existe o risco de acontecerem graves acidentes para ambos.

Tratamento e consequências

A convulsão é sempre uma manifestação clínica, e por trás dessa manifestação existe uma causa que precisa ser investigada, muitas vezes através de exames laboratoriais e também de imagens para se chegar a um possível diagnóstico e instituir um tratamento mais adequado.

Em muitos casos, são indicados medicamentos de uso contínuo, que dificultam o disparo dos neurônios, tornando mais difícil a ocorrência de uma crise. Essas medicações apresentam doses individuais e os animais devem passar por reavaliações periódicas com um veterinário neurologista, a fim de evitar a subdose ou overdose de medicação.

O tratamento também pode ser feito por meio de medicamentos específicos intravenosos (benzodiazepínicos). Em casos mais graves, o paciente precisa ficar internado em unidade de terapia intensiva em coma induzido, a fim de cessar a atividade elétrica cerebral.

Uma crise convulsiva pode deixar o animal desorientado imediatamente após o seu término e, em alguns casos, ele pode permanecer com alterações de comportamento como apatia, apetite depravado, sede em excesso, andar compulsivo e agressividade. “Em crises generalizadas e longas, a contração muscular constante pode causar fadiga muscular no animal e, consequentemente, parada respiratória, levando-o à morte. Nos casos mais graves, pode causar também a morte cerebral,” conclui.

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